O medo é um sentimento comum e, acredite se quiser, saudável, é um instinto de sobrevivência fundamental, que protege o ser humano de ameaças reais. Mas quando certos medos se tornam constantes, exagerados ou mal compreendidos, eles podem gerar sofrimento psicológico, limitar escolhas e até adoecer a mente e o corpo. Segundo a psicologia, os medos humanos têm raízes profundas em nossa história biológica e social. E mesmo em contextos modernos, continuamos sendo guiados por emoções primitivas como alerta, angústia e ansiedade. “Muitos dos medos mais presentes hoje não têm a ver com predadores ou escassez, mas com rejeição, fracasso e exclusão, temas que afetam diretamente nossa identidade e autoestima a partir da nossa realidade cultural”, explica Blenda Oliveira, doutora em psicologia pela PUC-SP. Os 7 medos universais que atingem pessoas de todas as idades e culturas, e que merecem atenção quando começam a interferir na saúde mental: 1. Medo do fracasso Perder, errar, não dar conta. O medo de fracassar é um dos mais comuns e paralisantes, segundo a psicologia cognitiva. Ele está associado a padrões de perfeccionismo, à autoexigência excessiva e ao receio de ser julgado. Em longo prazo, pode alimentar quadros de ansiedade, procrastinação e depressão. 2. Medo da rejeição Ser rejeitado ativa áreas do cérebro similares às da dor física, segundo estudos de neurociência. Esse medo tem origem na necessidade humana de pertencimento e aceitação. Quando exagerado, pode levar à evitação de vínculos ou à dependência emocional. 3. Medo de decepcionar os outros Muitas pessoas vivem tentando atender às expectativas alheias, como dos pais, parceiros, chefes, amigos. O medo de decepcionar pode gerar uma constante sensação de inadequação e impedir a expressão autêntica de desejos e limites. 4. Medo da solidão Estar só é diferente de se sentir solitário. O medo da solidão está ligado à falta de conexão significativa e à ideia de que não somos importantes para ninguém. Quando crônico, pode ser um fator de risco para transtornos como depressão e ansiedade social. 5. Medo de mudanças Mesmo que uma mudança prometa algo melhor, ela sempre envolve perdas. O desconhecido ativa o nosso “cérebro reptiliano”, que interpreta qualquer quebra de rotina como uma ameaça. Esse medo pode nos manter em situações insatisfatórias por anos. 6. Medo da desaprovação Ser criticado ou desagradar é um temor frequente, especialmente em contextos onde a imagem pública tem grande peso — como nas redes sociais. Esse medo costuma vir acompanhado de baixa autoestima e hipervigilância sobre o próprio comportamento. 7. Medo da morte (ou de perder quem se ama) Talvez o medo mais universal de todos. A angústia diante da finitude é estudada pela psicologia existencial, que mostra como ela influencia nossas escolhas, nossos valores e nosso modo de viver. Em alguns casos, esse medo se manifesta como pânico, hipocondria ou fobias. O que fazer? Segundo Blenda, “reconhecer que esses medos são humanos é o primeiro passo. O segundo é observar quando eles estão nos limitando ou causando sofrimento desproporcional”. A psicoterapia pode ajudar a ressignificar esses sentimentos, desenvolver recursos emocionais e construir uma relação mais compassiva consigo mesmo. “Não é sobre eliminar o medo, mas aprender a conviver com ele sem deixar que ele decida por nós”, conclui Blenda Oliveira. Consumo de adoçantes pode acelerar declínio cognitivo, revela estudo Pesquisa da Faculdade Medicina da USP mostrou envelhecimento cerebral equivalente a 1,6 anos nos maiores consumidores Rafael Damas | 05:25 – 04/09/2025
7 medos universais e como eles afetam a saúde mental
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