Home » 89% dos brasileiros acreditam que tarifaço de Trump vai prejudicar a economia, segundo Datafolha

89% dos brasileiros acreditam que tarifaço de Trump vai prejudicar a economia, segundo Datafolha

por Folhapress
0 comentário
89%-dos-brasileiros-acreditam-que-tarifaco-de-trump-vai-prejudicar-a-economia,-segundo-datafolha

THIAGO BETHÔNICOSÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O tarifaço de 50% sobre produtos exportados do Brasil para os Estados Unidos deve prejudicar a economia brasileira. Essa é a opinião de 89% dos brasileiros, segundo pesquisa Datafolha. Desse total, cerca de 66% avaliam que a medida vai prejudicar muito. Outros 23% acreditam que haverá um pouco de prejuízo. Uma parcela menor (7%) diz que não ver impacto negativo. Entre eleitores de Bolsonaro na última disputa presidencial, 92% antecipam que o tarifaço vai prejudicar a economia brasileira. Dos que votaram em Lula, 87% acham o mesmo. A pesquisa foi feita nos dias 29 e 30 de julho, antes da publicação do decreto que oficializou a sobretaxa de 50% e detalhou a lista quase 700 produtos isentos. O Datafolha entrevistou 2.004 pessoas com mais de 16 anos em 130 municípios. A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. A maioria dos brasileiros (77%) também vê impacto negativo das sobretaxas na situação econômica pessoal, sendo que 43% avaliam que vai prejudicar muito, e 34%, um pouco. São 19% os que dizem que não haverá prejuízo. Questionados sobre o que o governo brasileiro deveria fazer para reagir ao tarifaço promovido por Trump, 72% responderam que Lula deveria negociar para tentar convencer os EUA a mudarem de ideia. Além disso, 15% afirmaram que o Brasil deveria taxar igualmente os produtos americanos importados. Para 6%, todas as condições exigidas pela Casa Branca deveriam ser atendidas. Esse índice sobe para 13% entre os eleitores de Bolsonaro em 2022. Entre os petistas, cai para 1%. O Datafolha também questionou quão bem informados os brasileiros estão sobre o tarifaço. Cerca de 32% declararam estar bem informados, 39% mais ou menos. Há 9% que se consideram mal informados e outros 18% que não tomaram conhecimento do assunto. No recorte por renda, o desconhecimento ou baixo conhecimento sobre o tarifaço atinge 40% dos mais pobres, com ganhos mensais de até dois salários mínimos. Na fatia dos mais ricos (acima de dez salários mínimos), o percentual é de 9%. Nesta quarta-feira (30), o presidente Trump assinou o decreto que implementa uma tarifa adicional de 40% sobre os produtos importados do Brasil, elevando o valor total da sobretaxa para 50% -considerando os 10% anunciados em abril. As taxas entrarão em vigor em sete dias. A medida abre quase 700 exceções, que livram 43% dos itens brasileiros exportados para os Estados Unidos, segundo levantamento feito pela Folha de S.Paulo. Ficarão isentos do tarifaço, por exemplo, derivados de petróleo, ferro-gusa, produtos de aviação civil e suco de laranja. Por outro lado, carnes, café, pescado e frutas não escaparam. A sobretaxa de 50% havia sido anunciada por Donald Trump no dia 9 de julho e está entre as maiores implementadas para países que exportam aos EUA. Com motivação mais política que econômica, Trump implementou as sobretaxas em resposta ao que chamou de “políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos”. EUA SÃO PARCEIRO COMERCIAL MENOS CONFIÁVELA pesquisa também avaliou como as pessoas enxergam os parceiros comerciais do Brasil em termos de confiabilidade.Os resultados mostram que os brasileiros acreditam que UE (União Europeia), Mercosul e China são mais confiáveis que os Estados Unidos. Três em cada quatro (74%) brasileiros disseram que países como Alemanha, França, Itália e Espanha são parceiros em quem o Brasil pode confiar. Para 19%, membros da UE não são confiáveis para uma parceria comercial. Índice similar foi verificado em relação ao Mercosul: 72% dizem que Argentina, Chile e Paraguai são confiáveis para o Brasil. Há 23% que não confiam. Em relação à China, dois terços da população (66%) a considera um parceiro de confiança, enquanto 29% dizem não ser possível confiar no país. Praticamente metade dos entrevistados (51%) declara que os EUA são parceiros confiáveis do Brasil. Para 46%, a nação americana não é. Leia Também: Dicas para conseguir os melhores assentos no avião sem pagar mais

você pode gostar