Aneel pede explicação à Enel em SP por demora na retomada de energia após temporal desta semana

Aneel pede explicação à Enel em SP por demora na retomada de energia após temporal desta semana

Cerca de 580 mil unidades consumidoras de diversos municípios de São Paulo ficaram no escuro por horas. Em despacho emitido nesta noite, o diretor da Aneel, Fernando Mosna, diz que o desempenho da distribuidora no episódio “caracteriza manifesta e reincidente falha da ENEL SP em demonstrar evolução e conformidade com as exigências contratuais, regulatórias e os compromissos firmados com a ANEEL e com seus consumidores”. Segundo a Aneel, às 22h do próprio dia 22, a Enel SP ainda registrava 398 mil unidades consumidoras (UCs) sem energia, tendo restabelecido apenas 31% do total de clientes afetados. “Essa disparidade da concessionária na velocidade da recomposição de energia manteve-se nas horas subsequentes”, escreveu Mosna. No boletim de acompanhamento das 9h do dia 23, a empresa ainda contabilizava 206,4 mil consumidores sem fornecimento, com 64% de restabelecimento — taxa inferior à das demais distribuidoras atingidas pelo evento climático. Às 20h da mesma terça-feira (23), o cenário se repetiu: a Enel SP seguia como a concessionária com o menor percentual de recomposição. Dois dias após a tempestade, às 9h desta quarta-feira (24), o boletim mais recente da Aneel ainda apontava 14,1 mil unidades consumidoras da área de concessão da Enel sem energia. Mosna afirmou que o padrão de resposta “lenta” não é um caso isolado, mas uma reincidência “de um padrão preocupante já observado em ocasiões anteriores, as quais resultaram em severas sanções e cobranças por parte da Aneel”. O g1 procurou a Enel para comentar o despacho da Aneel e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem. Pedido da Aneel A diretoria da agência solicitou que a Enel SP: apresente esclarecimentos detalhados sobre a aplicação do Plano de Recuperação durante o evento;comprove, com evidências, a execução prática do Plano de Contingência;demonstre possuir estrutura compatível com a dimensão e complexidade da área sob concessão, capaz de responder de forma ágil a eventos climáticos. O despacho alerta ainda que “a reincidência de falhas graves na prestação do serviço público concedido resultará na adoção de medidas regulatórias e punitivas em estrita conformidade com o arcabouço regulatório e com o Contrato de Concessão”.

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