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Após tarifaço, exportação brasileira de café cai e Alemanha ultrapassa EUA e se torna maior compradora em agosto

por Redação
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No mesmo mês, a Alemanha ultrapassou os EUA e se tornou a maior compradora do grão brasileiro. Já a Colômbia aumentou em quase 600% o volume adquirido em relação a agosto do ano anterior. No total, em agosto, o Brasil exportou 3,144 milhões de sacas de 60 quilos, informou o Conselho dos Exportadores Café do Brasil (Cecafé) nesta terça-feira (9). Compras de café dos EUA caem e Alemanha assume liderança “Os EUA desceram para o segundo lugar, com 301 mil sacas importadas – de negócios realizados antes da vigência do tarifaço –, o que implicou queda de 46% ante o mesmo mês de 2024 e de 26% contra julho deste ano”, disse o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira. “Assim, os americanos ficaram atrás da Alemanha, que importou 414 mil sacas no mês passado”, afirma. Contudo, no acumulado do ano, os EUA continuam como maiores compradores. Historicamente, os EUA e Alemanha se revezam na liderança nas compras de café brasileiros. EUA e Alemanha se revezam na liderança nas compras de café brasileiros. — Foto: g1 Colômbia comprou 600% mais café em agosto Na direção contrária aos EUA, a Colômbia foi o cliente de café brasileiro que mais aumentou as compras do grão em agosto. No período, o país latino-americano adquiriu mais de 112 mil sacas de 60 quilos, volume 578% maior do que as 16 mil sacas compradas em agosto de 2024, segundo divulgado ao g1 pela Cecafé. O drawback é um benefício fiscal aplicado a produtos importados usados na fabricação de outros itens que serão exportados. Já a triangulação é uma manobra fiscal na qual um produto é enviado para outro país para não pagar os impostos do país de origem. Ao g1, o Cecafé disse que a triangulação não é um caminho possível. “Isso porque não temos como exportar, por exemplo, para a Colômbia, e pedir que a Colômbia direcione esse café para onde desejamos. Há regras de mercado que precisam ser respeitadas”, afirmou. Preços em alta O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, analisa que o tarifaço também afetou o mercado internacional do café, trazendo muita volatilidade aos preços e fazendo com que as cotações disparassem. “Os fundamentos já são favoráveis para a alta há algumas safras, com oferta e demanda muito ajustadas ou mesmo com déficit de oferta, devido a adversidades climáticas nos principais produtores, em especial no Brasil, mas o tarifaço desordenou o mercado e deu abertura para movimentos especulativos”, explica. Ele completa que, de 7 de agosto, quando entrou em vigência a taxação, até o fechamento do mês passado, o café arábica subiu 29,7% na bolsa de Nova York, saindo de US$ 2,978 por libra-peso para US$ 3,861. “Se o tarifaço persistir, além de as exportações de café do Brasil seguirem inviáveis aos EUA, os consumidores americanos também enfrentarão preços onerosos para degustar sua bebida favorita, uma vez que não há oferta de outros países para suprir a ausência brasileira no mercado dos Estados Unidos, criando-se, assim, um cenário inflacionário por lá”, projeta. Como os preços do café no mercado externo subiram muito, os exportadores faturaram 12,7% a mais em agosto, contra igual mês do ano passado, em um total US$ 1,101 bilhão. Entenda o impacto do tarifaço de Donald Trump para o agro do Brasil

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