“Que aqueles camponeses dos EUA lamentem diante dos 5.000 anos de civilização chinesa”, afirmou. Xia Baolong, que tem o cargo de diretor dos assuntos de Hong Kong e Macau, ainda disse que o tarifaço vai “tirar a vida de Hong Kong”. “Tarifa de 145% sobre Hong Kong é brutalmente irracional e extremamente vergonhosa”, continuou. “Nós pegamos dinheiro emprestado de camponeses chineses para comprar as coisas que esses camponeses chineses fabricam”, declarou Vance. Em reação, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, chamou a atitude de Vance de “surpreendente e triste”. “A posição da China sobre as relações comerciais entre China e Estados Unidos foi deixada muito clara. É surpreendente e triste ouvir comentários tão ignorantes e desrespeitosos deste vice-presidente”, disse Lin Jian, durante o briefing diário de notícias. China e EUA — Foto: Associated Press Entenda a guerra tarifária China pede que EUA ‘eliminem completamente’ tarifas recíprocas e corrijam seus ‘erros’ A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na semana passada, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump. A China foi um dos países que tarifados — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente. Como resposta ao “tarifaço”, o governo chinês impôs, na sexta passada (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas. Os EUA decidiram responder à retaliação e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 13h (horário de Brasília) desta quarta-feira (8) ou seria taxado em mais 50%, levando o total das tarifas a 104%. A China não recuou e ainda afirmou, na quarta, que estava preparada para “revidar até o fim”. Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses na tarde de quarta. O presidente americano disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas. A resposta chinesa veio em partes desde o início da madrugada desta quinta. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse que o país está disposto a negociar para evitar a intensificação da guerra tarifária, mas afirmou que “se os EUA realmente quiserem resolver o problema por meio do diálogo e da negociação, devem adotar uma postura de igualdade, respeito e benefício mútuo”. “Os Estados Unidos continuam abusando das tarifas para pressionar a China. A China se opõe firmemente a isso e jamais aceitará esse tipo de intimidação”, afirmou. “A situação se agravou perigosamente. …Como um dos membros afetados, a China expressa profunda preocupação e firme oposição a essa medida imprudente”, afirmou a China em um comunicado à OMC, que a agência de notícia Reuters teve acesso. Logo depois, o governo chinês anunciou o aumento das tarifas cobradas sobre os EUA. Neste domingo (13), a China havia pedido que os EUA eliminassem completamente suas tarifas recíprocas. “Instamos os Estados Unidos (…) a tomarem medidas importantes para corrigir seus erros, eliminar completamente a prática errônea de tarifas recíprocas e voltar ao caminho certo do respeito mútuo”, disse o porta-voz do ministério no texto.
Autoridade chinesa em Hong Kong chama americanos de ‘camponeses’ em discurso na TV
postagem anterior