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Banco Master e BRB: diretoria do BC foi unânime ao negar compra por ‘falta de viabilidade econômica’

por Redação
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O BRB e o Master anunciaram a operação em março. Em setembro, mais de cinco meses depois, o processo foi barrado pela diretoria colegiada do Banco Central. O resultado foi anunciado naquele momento, mas os motivos e o detalhamento da decisão nunca foram divulgados. O registro obtido pelo g1 revela que a decisão foi tomada de forma unânime, sem divergências entre os membros do órgão máximo do Banco Central. 🏦A diretoria colegiada é a instância máxima do Banco Central. É composta pelo presidente Gabriel Galípolo e por mais oito diretores. Entenda por que o Banco Central rejeitou a venda do Master para o BRB Segundo a decisão, os dirigentes do BC negaram a operação por entenderem que o pedido não contemplava todos os requisitos necessários para a autorização. Mais especificamente: o BC avaliou que os documentos da compra deixaram dúvidas sobre a “viabilidade econômico-financeira do empreendimento”. Cade, Câmara do DF e governo tinham dado aval A aprovação pelo BC seria o último passo para a conclusão do negócio, já que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) havia dado o aval à operação em junho. A Câmara Legislativa do Distrito Federal também havia aprovado uma lei autorizando a compra – proposta e sancionada em tempo recorde pelo governador do DF, Ibaneis Rocha, defensor da transação. Anunciado em março, o acordo entre os bancos previa que o BRB, uma sociedade de capital e controlada majoritariamente pelo governo do Distrito Federal, adquirisse: 49% das ações ordinárias100% das preferenciais e 58% do capital total do Master. Nos últimos meses, a atuação do Banco Master preocupou o mercado por sua estratégia de captação arriscada. Miriam Leitão: o que explica o bloqueio de compra do banco Master? Decisão completa segue em sigilo Em resposta a um pedido de acesso à informação feito pelo g1, o Banco Central negou a entrega da íntegra dos pareceres que embasaram a decisão tomada pela diretoria colegiada. Segundo o órgão, os documentos analisados trazem dados de operações que são protegidos pelo sigilo bancário, além de informações pessoais e dados patrimoniais, contábeis e estratégicos protegidos pelo sigilo empresarial. “O Banco Central debruça-se exatamente sobre essas informações sigilosas, tendo em vista o dever de os interessados cumprirem as exigências, como a capacidade econômico-financeira dos controladores e a viabilidade econômico-financeira do empreendimento”, justificou o órgão. Agências do Banco Master e do Banco de Brasília — Foto: Banco Master/Divulgação e Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Estratégia arriscada do Banco Master O Banco Master cresceu nos últimos anos, mas com uma estratégia de captação de recursos considerada arriscada por analistas do mercado. O banco oferecia CDBs (Certificado de Depósito Bancário) com taxas muito acima das praticadas por outras instituições, atraindo investidores com base na proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). 🔎 O FGC, que protege até R$ 250 mil por investidor, oferece garantia em caso de falência de um banco associado. O fundo é formado pelas próprias instituições financeiras — ou seja, trata-se de um fundo privado que assegura os recursos dos investidores. Portanto, o FGC torna o investimento mais seguro para quem aplica dinheiro em uma instituição associada, enquanto a própria instituição consegue atrair mais recursos graças a esse mecanismo. Na ocasião, o Banco Central informou à TV Globo que o objetivo das novas regras é “reduzir risco moral ocasionado por instituições que adotam estratégias de captação excessivamente alavancadas e baseadas em captações asseguradas”. A norma entra em vigor em 1º de junho de 2026, com um período de adaptação. O modelo de negócio do Master, que inclui ainda investimentos em ativos de baixa liquidez, como precatórios e participações em empresas, gerou dúvidas no mercado sobre a saúde financeira do banco.

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