Bolo envenenado: Demora no socorro da neta fez polícia suspeitar de avó em MG

Bolo envenenado: Demora no socorro da neta fez polícia suspeitar de avó em MG


Polícia Civil falou sobre o caso em entrevista coletiva
Polícia Civil/Divulgação
A demora da avó em buscar ajuda médica após a neta, de 9 anos, passar mal ao comer um pedaço de bolo foi um dos principais fatores que levantaram a suspeita de que ela teria envenenado o alimento. A informação foi divulgada pela Polícia Civil em entrevista coletiva, realizada nesta segunda-feira (22).
O mandado de prisão preventiva contra a mulher, de 59 anos, foi cumprido em São Francisco, no Norte de Minas, na última sexta-feira (19). A criança morreu no dia 23 de julho. O laudo pericial concluiu que tanto o alimento quanto o organismo da vítima continham terbufós, substância tóxica usada em pesticidas e agrotóxicos.
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De acordo com a PCMG, a avó estava sozinha com as duas netas em casa quando preparou o bolo em uma frigideira e o ofereceu para as crianças. Enquanto a mais nova faleceu, a mais velha, de 11 anos, consumiu uma quantidade menor do alimento, pois não gostou do sabor. Ela apresentou sintomas mais leves e sobreviveu.
“A sobrevivente está com um abalo emocional muito grande. Ela contradiz em diversos aspectos a avó, em especial ao tratamento que a avó deu a uma situação tão trágica. A própria sobrevivente foi quem gritou pela avó [dizendo que irmã estava morta], a avó estava tomando banho e arrumando o cabelo. Ela chegou e deparou com a criança numa situação que já evidenciava possível morte, e foi massagear a barriguinha da neta. Não é isso que se espera dentro de um contexto de normalidade. Aquela morosidade, aquele intervalo de tempo entre a verificação do estado debilitado da neta e o socorro efetivo chamou atenção e funcionou como um dos principais fatores que a levaram a situação de principal suspeita”, detalhou o delegado William Araújo.
No dia dos fatos, a avó contou à polícia que ela e as duas netas haviam comido do bolo. Porém, as investigações apontaram que ela serviu o alimento para as crianças em dois pratos separados, e foi para o banheiro.
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“A sobrevivente fala com muita clareza que apenas ela e a irmã consumiram o bolo. Em um segundo momento da investigação, nós conseguimos apurar que o pai das crianças [que não é apontado como suspeito] induziu a sobrevivente a afirmar, quando indagada, que todos consumiram o bolo, o que não procede”.
O delegado William Araújo esclareceu que a mãe, em um primeiro momento, não acreditava que a filha havia sido assassinada.
“No primeiro depoimento, ela disse que não acreditava que algum parente próximo poderia ter feito isso. Mas o contexto da investigação, em especial o comportamento da sobrevivente, despertou a atenção da mãe que procurou a delegacia já com outra perspectiva”.
A Polícia Civil investiga se há participação de outras pessoas no crime e como o veneno foi adquirido. O inquérito que apura o caso deve ser concluído em dez dias.
O que diz a defesa
No dia da prisão, o advogado de Izabel Cardoso de Andrade, Raphael Simões de Moraes Neto, disse que a cliente dele colaborou espontaneamente com as investigações e autorizou diligências em sua residência.
O defensor afirmou ainda que ela nunca se omitiu, razão pela recebeu com “surpresa” a decretação de sua prisão preventiva.
“Estamos tomando medidas para reverter a decisão e, por ora, ressaltamos a inocência da Sra Izabel e a desproporcionalidade de sua prisão, visto que sua liberdade não oferece quaisquer tipo de risco.”
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