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Brasil e EUA confirmam encontro entre Lula e Trump para este domingo

por Redação
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“Nós não podemos aceitar a ideia do protecionismo. Quanto mais liberdade para fazer negócio e quanto mais multilateralismo, mais a gente vai ter, enquanto países, chances de crescer”, declarou. O encontro será fechado para a imprensa. Na sequência, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, deve realizar um balanço do que foi tratado pelos presidentes Lula e Donald Trump. Esse será o primeiro encontro oficial entre Lula e Trump desde o início da crise provocada pelo tarifaço de 50% aplicado pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. E também desde que Trump assumiu a presidência do país norte-americano. O que esperar do encontro “Eu trabalho com otimismo que a gente possa encontrar uma solução”, afirmou. “Não tem exigência dele e não tem exigência minha ainda. Vamos colocar na mesa os problemas e tentar encontrar uma solução. Então pode ficar certo que vai ter uma solução”. O líder dos Estados Unidos também sinalizou que pode rever o aumento das tarifas sobre produtos brasileiros, “sob as circunstâncias certas”. Durante o embarque para a Ásia, um repórter perguntou se ele reduziria as tarifas sobre o Brasil. “Sob as circunstâncias certas”, respondeu o presidente americano. Durante essa conversa, Lula solicitou a Trump a revogação das sanções contra autoridades brasileiras e pediu a retirada de uma sobretaxa de 40% para entrada de produtos brasileiros nos EUA, em vigor desde agosto. A expectativa é que os dois assuntos sejam abordados por Lula no encontro deste domingo. Auxiliares de Lula não descartam que o presidente brasileiro aproveite a ocasião para falar também sobre as investidas de Trump contra Venezuela e Colômbia. Lula alerta que tais medidas podem agravar a instabilidade regional e enfraquecer a soberania dos países, defendendo que o diálogo diplomático prevaleça sobre intervenções militares. Lula diz esperar encontro com Trump e acredita em solução Tarifaço Um dos temas que deve ser abordado na reunião é o tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump a produtos brasileiros — culminando em uma sobretaxa de 50%. Ao justificar as taxas, o mandatário norte-americano chegou a citar questões econômicas, como um suposto déficit com o Brasil – inexistente de acordo com números oficiais. Mas também apontou questões políticas relacionadas com o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e “direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos”, entre outros. Lula diz que vai conversar com Trump sobre tarifas e sanções a ministros: ‘Quero provar que houve equívoco’ Sanções a ministros Além das tarifas, os Estados Unidos também sancionaram ministros da Suprema Corte brasileira. Em julho, o secretário de Estado do governo Trump, Marco Rubio, informou que foram revogados os vistos americanos do ministro do STF Alexandre de Moraes e de outros sete ministros. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, mencionou diretamente uma suposta “caça às bruxas” tendo o ex-presidente Jair Bolsonaro como alvo por parte do ministro. Tensão na Venezuela A escalada militar americana na Venezuela também deve ser um dos assuntos abordados no encontro. O presidente brasileiro já deixou claro que é contra qualquer tipo de intervenção em países da região, defendendo que essas ações podem agravar a instabilidade e violar a soberania. Lula pretende discutir a situação diretamente com Trump, reforçando que diálogo e cooperação devem prevalecer sobre intervenções unilaterais, mantendo a América do Sul e o Caribe como zonas de paz. Além disso, nesta semana, Trump admitiu ter autorizado operações secretas da CIA na Venezuela, aprofundando o risco de escalada. Apesar das justificativas americanas, dados da ONU mostram que a droga que mais causa overdoses nos EUA, o fentanil, vem majoritariamente do México, levantando dúvidas sobre os reais objetivos das ações militares no Caribe. Relação delicada A avaliação no Palácio do Planalto é que um encontro presencial entre os dois líderes, neste momento, leva as discussões para “um outro patamar” e é um passo importante para “reorganizar a relação entre Trump e Lula e a pauta entre os dois países”, após meses de tensão. O Planalto entende que a relação está destravada, principalmente após a reunião “muito positiva” entre o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, e o chanceler brasileiro, Mauro Vieira. Lula e Trump nunca tiveram uma relação próxima. Durante as eleições presidenciais americanas de 2024, Lula afirmou que uma vitória da então candidata Kamala Harris representava um caminho mais “seguro para fortalecer a democracia”. “Com Kamala Harris é muito mais seguro para a gente fortalecer a democracia. Nós vimos o que foi o presidente Trump […], aquele ataque ao Capitólio. Uma coisa que era impensável acontecer nos EUA, porque se apresentavam ao mundo como modelo de democracia. E esse modelo ruiu”, disse na época. Após Trump tomar posse, o presidente brasileiro chegou a afirmar que no momento não tinha interesse em falar com o presidente americano. A relação entre os dois esfriou mais ainda quando Trump anunciou tarifas de 10% em produtos de uma lista de países, incluindo o Brasil, em abril deste ano. Na ocasião, Lula disse que o Brasil não abriria mão de sua soberania. Lula dá entrevista a jornalistas durante viagem à Indonésia — Foto: Ricardo Stuckert / PR

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