Brasil produziu mais de 1,7 milhão de motos em 2024, melhor resultado em 13 anos

Brasil produziu mais de 1,7 milhão de motos em 2024, melhor resultado em 13 anos

Os dados foram divulgados nesta terça-feira (14) pela associação brasileira dos fabricantes, a Abraciclo. O número de motocicletas comercializadas foi de 1.876.427 unidades, uma alta de 18,6% na comparação com 2023. Apesar do aumento de produção, as exportações tiveram retração de 5,9%. As fabricantes embarcaram 30.986 motocicletas em 2024. “Mesmo diante de um ano bastante desafiador, onde tivemos que contornar o problema da estiagem, o crescimento do setor superou os dois dígitos. Esse resultado foi graças a um bom planejamento da indústria que permitiu que as linhas de montagem mantivessem seu ritmo de produção”, avaliou Marcos Bento, presidente da Abraciclo. Veja abaixo a quantidade de motocicletas produzidas em 2024 e a respectiva participação de mercado de cada categoria: Street: 855.240 (48,9%);Trail: 344.751 (19,7%);Motoneta ou CUB: 267.798 (15,3%);Scooter: 155.612 (8,9%);Naked: 42.822 (2,4%);Off-Road: 30.848 (1,8%);Big Trail: 28.222 (1,6%);Sport: 14.026 (0,8%);Custom: 8.001 (0,5%);Touring: 997 (0,1). 2 pontos positivos e negativos da Honda CG 160 Considerando todos os segmentos acima, foram lançados 37 novos modelos em 2024, o que ajudou a elevar tanto o número de unidades produzidas quanto o de comercializadas. Desse montante fabricado, segundo a associação, mais de 1,3 milhão corresponde a motocicletas de baixa cilindrada (até 160 cilindradas). Essa categoria teve alta de 7,8%. O maior crescimento ficou por conta das motocicletas de média cilindrada, que englobam motores de 161 a 449 cm³. Foram apenas 327 mil motos fabricadas, mas o crescimento desse segmento foi de 25,9%. Já as de alta cilindradas corresponderam a 55,3 mil de todas as motocicletas produzidas em Manaus, um aumento de 17,7% em relação às motocicletas com motores acima de 450 cm³ fabricadas em 2023. Com tudo o que foi produzido em 2024, as empresas associadas da Abraciclo e presentes no Polo Industrial de Manaus (PIM) faturaram R$ 36,9 bilhões, quantia 19,8% superior à de 2023. No total, a capacidade produtiva da região é de 1,8 milhão de motocicletas por ano, sobretudo após a abertura de uma segunda linha de produção da Royal Enfield em parceria com o grupo Multi, dona de motos elétrica Watts. Projeções para 2025 A Abraciclo projeta um novo aumento de produção para 2025. Espera-se uma alta de 7,5% neste ano, chegando a 1,88 milhão de motocicletas. “Embora a conjuntura macroeconômica apresente incertezas, acreditamos que a demanda pela motocicleta poderá seguir em alta, principalmente devido aos seus atributos, como preço acessível, baixo custo de manutenção e agilidade nos deslocamentos”, completou o executivo. Na teoria, a produção de motocicletas não se reflete diretamente nas vendas, mas a associação tem projeção ainda mais otimista para o comércio. Serão 2,02 milhão de motocicletas comercializadas, alta de 7,7% em relação a 2024. A projeção da Abraciclo é mais conservadora do que a da Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave), divulgada na semana passada. A estimativa da federação é de 2,063 milhões de vendas de motocicletas em 2025, que representariam uma alta de 10% em comparação com o acumulado de 2024. Esse seria o melhor número da história, uma vez que ainda não foi ultrapassada a barreira de 1.940.543 motocicletas, vendidas em 2011. Exportação em baixa A projeção de exportação também espera crescimento. A Abraciclo projeta que os embarques passem dos 30 mil em 2024 para a casa dos 35 mil neste ano, alta de 13%. “Esse volume é bem tímido, a gente já chegou exportar quase 8% do volume produzido. Se a gente retomar o patamar que vínhamos atingindo, também vamos conseguir chegar nessas 35 mil unidades exportadas”, disse o presidente da Abraciclo. Segundo Marcos Bento, não é pela falta de capacidade produtiva que o Brasil deixa de exportar mais motos. “Os nossos produtos não conseguem chegar nos países vizinhos porque as nossas motocicletas são melhores do que as comercializadas nesses países, que são produtos que vem da Ásia e têm uma qualidade de emissão [de poluentes] e de ruído inferiores às motocicletas brasileiras”, afirmou o presidente da Abraciclo. De acordo com informações da associação dos fabricantes, o país deixou de exportar 3 mil motocicletas para a Colombia e 1 mil para a Austrália, o que já explicaria um número tão baixo em exportações (menos de 31 mil). Em 2022, o Brasil exportou 55,3 mil unidades e em 2017 foram 81,8 mil. “O grande problema da exportação é estrutural. O Brasil tem uma legislação alinhada com os países europeus, e por isso conseguimos entregar as nossas motos para mercados como Estados Unidos, Canadá e Austrália. Enquanto os nossos vizinhos ainda estão em legislações anteriores [em termos de emissões de poluentes]”, explicou. “Enquanto a gente tem só moto com injeção eletrônica, eles continuam comprando motocicletas novas com carburador. É isso que faz com que a gente perca volume na América do Sul”, argumentou Marcos Bento. “Os países vizinhos estão permitindo que o mercado da América do Sul seja inundado por produtos asiáticos de baixa qualidade. Em contrapartida, o Brasil é primeiro mundo”, afirmou o presidente da Abraciclo. Elétricas De acordo com o presidente da Abraciclo, Marcos Bento, o que pode explicar o baixo interesse do consumidor pelas motos elétricas são dois fatores: A falta de infraestrutura para carregamento;A ótima matriz energética brasileira. Com base no segundo argumento, o executivo afirma que o Brasil tem a melhor matriz energética do mundo, justamente por conta da produção de etanol. De acordo com dados da Abraciclo, 65,3% das motos produzidas eram flex, enquanto 34,7% eram movidas apenas a gasolina. “Isso indica que o nosso consumidor não está buscando outra matriz energética, pois o brasileiro já entende que ter o etanol como opção já é uma alternativa interessante do ponto de vista do bolso e também da emissão de gases nocivos”, disse o executivo ao g1.

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