China quer que os EUA relaxem controle sobre exportação de chips, diz jornal

China quer que os EUA relaxem controle sobre exportação de chips, diz jornal

Os Estados Unidos já suspenderam restrições à exportação de chips H20 para a China para tentar um acordo comercial. O país asiático, entretanto, afirmou que o modelo da Nvidia, desenvolvido com restrições para o mercado chinês, representam preocupações de segurança para, afirmou neste uma conta de mídia social afiliada à mídia estatal chinesa. Os chips H20 também não são tecnologicamente avançados nem ambientalmente sustentáveis, disse a conta Yuyuan Tantian, ligada à emissora estatal CCTV, em um artigo publicado no WeChat. Trump suspende restrições à exportação de tecnologia para a China “Quando um tipo de chip não é ecologicamente correto, nem avançado, nem seguro, como consumidores certamente temos a opção de não comprá-lo”, concluiu o artigo. A Nvidia não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Os chips de inteligência artificial H20 foram desenvolvidos pela Nvidia para o mercado chinês depois que os EUA impuseram restrições à exportação de chips avançados de IA no fim de 2023. O governo do presidente norte-americano Donald Trump proibiu sua venda em abril, em meio à escalada das tensões comerciais com a China, mas reverteu a proibição em julho. Neste mandato, segundo o FT, Trump estava restringindo as exportações de tecnologia para a China. O governo chegou a informar a gigante da tecnologia Nvidia que bloquearia a exportação do chip H20, projetado para o mercado chinês, após o governo Biden ter restringido chips mais avançados. Trump voltou atrás após conversas com o CEO da Nvidia, Jensen Huang. Neste mês, a empresa anunciou que retomaria as vendas de suas unidades de H20 para a China. China e EUA vivem impasse por contra do tarifaço — Foto: Associated Press Segundo várias pessoas familiarizadas com o assunto, autoridades chinesas disseram a especialistas em Washington que Pequim deseja que o governo Trump alivie as restrições de exportação sobre chips de memória de alta largura de banda (high-bandwidth memory, ou HBM). O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, liderou três rodadas de negociações comerciais com a China nos últimos três meses. Uma fonte disse que a equipe chinesa, chefiada pelo vice-premiê He Lifeng, levantou a questão do HBM em algumas dessas negociações. O Tesouro dos EUA não quis comentar. Mais 90 dias de trégua Antes do prazo de 12 de agosto para que EUA e China cheguem a um acordo comercial e evitem a reimposição de tarifas elevadas, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse nesta semana que o governo provavelmente estenderá a trégua por mais 90 dias. Pequim tem se mostrado frustrada com os controles de exportação dos EUA desde que o presidente Joe Biden, em 2022, anunciou medidas para impedir os esforços chineses de comprar ou fabricar chips avançados de IA. Em 2024, Biden proibiu a exportação de HBMs para a China a fim de dificultar as operações da Huawei e da fabricante chinesa de chips Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC). O foco recente nos controles de exportação para a China tem sido o chip H20 da Nvidia, projetado para o mercado chinês após Biden proibir a exportação de chips mais avançados. O Financial Times informou que os EUA aprovaram licenças de exportação do H20 na sexta-feira, depois que o CEO da Nvidia, Jensen Huang, se reuniu com Trump. Relembre a guerra tarifária entre China e EUA A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou após o anúncio das tarifas prometidas por Trump, no início de abril. A China foi um dos países tarifados — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, em 4 de abril, tarifas extras de 34% sobre todas as importações americanas.Os EUA decidiram retaliar, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 12h de 8 de abril, ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para “revidar até o fim”.Cumprindo a promessa, Trump confirmou a elevação das tarifas sobre os produtos chineses.A resposta chinesa veio na manhã de 9 de abril: o governo elevou as tarifas sobre produtos americanos de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma “pausa” no tarifaço contra os mais de 180 países, mas a China seria uma exceção. O presidente dos EUA subiu a taxação de produtos chineses para 125%. Em 10 de abril, a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa alíquota total de 145%.Como resposta, em 11 de abril, os chineses elevaram as tarifas sobre os produtos americanos para 125%.

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