O plano surge após uma série de desafios à demanda do consumidor nos últimos anos, como as interrupções causadas pela pandemia de Covid-19 e a crise imobiliária prolongada no país. Esses fatores diminuíram a propensão das famílias a gastar e contribuíram para um cenário de deflação (quando os preços de produtos e serviços caem de forma generalizada). Segundo um relatório do conselho, o plano foi enviado a todas as regiões e departamentos com o objetivo de “impulsionar vigorosamente o consumo, expandir a demanda interna em diversas frentes, aumentar a capacidade de consumo e reduzir encargos”. A medida foi divulgada uma semana após o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, apresentar seu relatório de trabalho ao Congresso Nacional do Povo, no qual destacou a necessidade de estimular os gastos das famílias para mitigar o impacto da fraca demanda externa. A pressão por medidas de estímulo focadas no consumidor tem crescido na China, com o intuito de combater a deflação e reduzir a dependência do país de exportações e investimentos para seu crescimento. Canadá e China anunciam tarifas contra produtos dos EUA em resposta à taxação de Trump Principais pontos do pacote O plano propõe aumentar a renda tanto nas áreas urbanas quanto rurais, sugerindo, por exemplo, reformas habitacionais para melhorar a condição financeira dos agricultores. Além disso, prevê medidas para estabilizar o mercado de ações — embora ainda sem detalhes sobre como isso seria implementado. Conforme o documento, será criado um sistema de subsídios para cuidados infantis, além da promoção de emprego flexível e da ampliação de serviços como clínicas pediátricas noturnas em hospitais gerais. Também está previsto o incentivo ao estabelecimento de serviços de cuidados infantis comunitários e administrados por empregadores. Em outra frente, o plano contempla a garantia dos direitos dos trabalhadores, incluindo a ampliação das férias anuais remuneradas e a criação de feriados curtos. As pensões básicas para residentes urbanos e rurais também deverão ter seus subsídios financeiros aumentados. Por fim, o documento sugere a expansão do turismo, com a ampliação do número de países cujos cidadãos não precisariam de visto para visitar a China.