Cidade no Ceará realiza eleição após prefeito ser cassado por suspeita de ligação com CV

Cidade no Ceará realiza eleição após prefeito ser cassado por suspeita de ligação com CV

BRUNA FANTTIRIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Os eleitores de Santa Quitéria, maior município do Ceará em território, vão às urnas neste domingo (26) para eleger um novo prefeito. A eleição suplementar foi marcada após a Justiça Eleitoral cassar José Braga Barroso, o Braguinha (PSB), e seu vice, Gardel Padeiro (PSB), por abuso de poder e favorecimento da facção CV (Comando Vermelho). Investigações da Promotoria e da Polícia Civil revelaram que Anastácio Paiva Pereira, o Doze, chefe do CV no Ceará, ordenou ameaças a eleitores e ofereceu drogas em troca de votos durante a campanha de 2024.Santa Quitéria, com mais de 4.200 km² e grandes reservas de urânio, é estratégica para a facção, que busca expandir seu território de tráfico na região norte do Ceará. Braguinha, que estava no cargo desde 2021, tornou-se o primeiro prefeito do Brasil cassado por ligação com uma facção criminosa. Seu filho, Joel Barroso (PSB), assumiu interinamente e concorre agora ao cargo, disputando com Cândida Figueiredo (União) e Lígia Protásio (PT). A investigação levou à cassação de Braguinha no dia 7 de maio. O advogado Fernandes Neto, responsável pela defesa, afirmou, na ocasião, em nota, ter recebido com tranquilidade a decisão e que apresentaria recursos em instâncias superiores. “A defesa mantém plena confiança na Justiça Eleitoral e acredita, com firmeza, na improcedência das acusações.” A defesa negou ainda qualquer ligação com o crime organizado e disse que tomará medidas para salvaguardar os direitos políticos de Braguinha. A eleição ocorrerá com forte esquema de segurança, envolvendo Polícia Federal, Abin, Exército e Polícia Militar, além de acompanhamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O caso ganhou destaque nacional como símbolo do combate das eleições às ações de facções, que utilizam intimidação, boatos e ameaças para influenciar votos. O CV já havia tentado interferir nas eleições de 2020, segundo as investigações. Em 2024, as ações incluíram pichações, mensagens de WhatsApp e transporte de veículos de luxo, reforçando a suspeita de conluio com membros da administração municipal. Entre as frases pichadas estavam: “Casas que tiver fotos do Tomas podem comprar spray e picha (sic)”, “carro pode quebrar os vidros”, “moto pode quebrar os retrovisores”, “problema de quem for votar nele”, “quando forem picha não pode botar o nome do Braga não ok (sic)” seriam as ordens dos líderes do CV que estavam no Rio. Servidores da Justiça Eleitoral no município também foram ameaçados. Leia Também: Pai mandou mensagens incentivando que mãe matasse filha de 2 meses

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