Segundo a ministra, essa igualdade entre homens e mulheres se aplicará apenas na transição da primeira para a segunda fase — ou seja, da prova objetiva para a discursiva. A regra, portanto, não assegura uma reserva de vagas para mulheres no resultado final do concurso. “Não é uma reserva de vaga para mulheres, como é o caso de pessoas negras, com deficiência, indígenas e quilombolas. Mas vamos fazer uma equiparação do percentual de mulheres que passam da primeira para a segunda etapa”, diz Dweck. A ministra classificou a mudança como “a grande novidade” da segunda edição do CNU. A medida veio após o governo observar que, na primeira edição do concurso — e em outras seleções já realizadas — o percentual de mulheres aprovadas é menor do que o de inscritas. 🔎 Na primeira edição do CNU, cerca de 63% dos aprovados eram homens e 37%, mulheres. Esse número foi inverso ao dos inscritos confirmados, que era de 56% de mulheres e 44% de homens. “Há duas coisas importantes na literatura: uma é a dupla ou tripla jornada [das mulheres]”, o que as prejudica nos estudos e gera desigualdade, diz Dweck. “Outra questão é o tipo de prova: a discursiva exige mais a bagagem da pessoa, anos de estudo, e não só o treino específico para a prova.” Como vai funcionar a equiparação? O governo apresentou um exemplo de como será realizada a seleção para a segunda fase, de acordo com a nova regra. Para isso, foi utilizado um cargo hipotético com 20 vagas. Nesse cenário, serão convocados para a prova discursiva candidatos em número equivalente a nove vezes o total de vagas, totalizando, no exemplo citado, 180 pessoas.De acordo com as regras, dessas 180 pessoas, 117 seriam de ampla concorrência (65%), e as outras 63 seriam candidatos cotistas (35%).Caso as 117 pessoas da ampla concorrência sejam 65 homens e 52 mulheres, por exemplo, serão chamadas 13 mulheres a mais, igualando o total de homens e mulheres em 65 para cada.Isso significa que todos os homens classificados serão chamados para a prova discursiva. Ou seja, não haverá exclusão de candidatos, mas sim a inclusão de mais mulheres para garantir a equiparação. Segundo o governo, um cálculo semelhante será aplicado a cada cota, cargo e especialidade. A nota final do concurso continuará sendo composta pela soma das pontuações das provas objetiva, discursiva e de títulos (quando houver), válida para todos os candidatos. 📝 Sobre o CNU As vagas estão divididas em nove blocos temáticos, que agrupam cargos por área de atuação: Bloco 1: Seguridade Social (Saúde, Assistência Social e Previdência Social)Bloco 2: Cultura e EducaçãoBloco 3: Ciências, Dados e TecnologiaBloco 4: Engenharias e ArquiteturaBloco 5: AdministraçãoBloco 6: Desenvolvimento SocioeconômicoBloco 7: Justiça e DefesaBloco 8: Intermediário – SaúdeBloco 9: Intermediário – Regulação Esse formato permite que o candidato dispute várias vagas dentro de um mesmo bloco, com apenas uma inscrição. Embora a maior parte das vagas esteja concentrada em órgãos com sede em Brasília (DF), também há postos em diversos estados do país. 💰 Salários Os salários iniciais no CNU 2025 variam de R$ 4 mil a R$ 17 mil, de acordo com o cargo e o nível de escolaridade exigido. Consulte as remunerações iniciais previstas na tabela abaixo. 🖱️ Como vai funcionar a inscrição? O candidato fará uma única inscrição e poderá escolher os blocos e cargos de preferência. A disputa pelas vagas acontece dentro do bloco temático selecionado. As inscrições começam no dia 2 de julho e vão até 20 de julho, e devem ser feitas através da página do candidato. A taxa de inscrição é de R$ 70. Candidatos doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde e inscritos no CadÚnico podem solicitar isenção da taxa de inscrição. O prazo para solicitar a isenção na taxa de inscrição começa no dia 2 de julho e termina no dia 8 de julho. 🧮 Política de cotas A nova edição prevê regras mais robustas para garantir a reserva de vagas para pessoas negras, indígenas, com deficiência e para candidatos quilombolas. Segundo o governo, a medida reforça o compromisso com a promoção da equidade no acesso a cargos públicos federais. Com isso, a distinção de cotas ficou da seguinte forma: 25% para pessoas negras;3% para pessoas indígenas;2% para pessoas quilombolas;5% para pessoas com deficiência (PcD). Para os cargos com número de vagas inferior ao mínimo necessário para aplicação das cotas, o MGI já realizou um sorteio para definir a reserva proporcional, conforme estabelece a norma. CNU 2025: governo autoriza 2 mil vagas para INSS, ministérios, agências e Forças Armadas 🖊️ Como serão as provas? A prova objetiva será aplicada no dia 5 de outubro de 2025. Ela terá uma parte com questões comuns a todos os candidatos (como língua portuguesa, raciocínio lógico e atualidades) e outra parte com perguntas específicas, de acordo com o bloco temático escolhido. Já a prova discursiva será realizada no dia 7 de dezembro de 2025, apenas pelos candidatos aprovados na primeira fase. O conteúdo e o formato da redação também vão variar conforme a área de atuação. A prova objetiva será de múltipla escolha, com cinco alternativas e apenas uma correta. O número de questões varia conforme o nível do cargo: Nível Superior: 90 questões no total, sendo 30 de conhecimentos gerais e 60 de conhecimentos específicos.Nível Intermediário: 68 questões, com 20 de conhecimentos gerais e 48 de específicos. Na etapa discursiva, os candidatos terão que produzir textos de acordo com o nível de escolaridade exigido pelo cargo: Nível Superior: 2 questões discursivas, com duração das 13h às 16h.Nível Intermediário: 1 redação dissertativa-argumentativa, das 13h às 15h. O tempo de prova também é diferente: Nível Superior: das 13h às 18h (5 horas de duração).Nível Intermediário: das 13h às 16h30 (3h30 de duração).