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Criança em estado crítico é retirada de Gaza para atendimento médico

por marcellabrasil
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Uma criança palestina que precisou esperar semanas por uma permissão para deixar a Faixa de Gaza para realizar tratamento médico crítico chegou à Jordânia. A menina está agora no hospital recebendo o tratamento necessário.Habiba al-Askari, de dois anos, deixou o território palestino após esforço no “nível mais alto” na Jordânia, relatou à CNN uma autoridade jordaniana familiarizada com as negociações.A Jordânia decidiu tirá-la de casa após uma reportagem da CNN sobre sua história.Israel aprovou inicialmente o tratamento de Habiba no exterior no mês passado, antes de negar autorização para saídas médicas do país por mais de duas semanas, segundo grupos de ajuda internacional.Os médicos acreditam que criança de Gaza tem deficiência de proteína C — uma condição genética rara, mas altamente tratável, que causa coagulação sanguínea excessiva — e alertaram que a criança provavelmente perderá  a perna direita e possivelmente os braços.Mas milhares de crianças como Habiba não têm acesso a cuidados vitais em Gaza, onde o sistema médico está fortemente degradado há mais de 15 meses devido ao cerco e bombardeio de Israel.Após uma reportagem da CNN sobre Habiba no mês passado, a Jordânia decidiu levá-la para Amã para realizar um tratamento médico urgente. Porém, Israel adiou a missão, comentaram autoridades jordanianas à CNN na semana passada.As autoridades israelenses não responderam aos pedidos repetidos de comentários da CNN na época.Na última quinta-feira (30), Habiba foi internada em tratamento intensivo no Hospital Nasser de Gaza com uma infecção pulmonar.O coração dela parou duas vezes, de acordo com a mãe dela e profissionais de saúde que a ressuscitaram.No domingo, Israel atrasou ainda mais a liberação da saída — adiando a missão e se recusando a permitir que sua mãe Rana acompanhasse a filha.Autoridades jordanianas trabalharam nos bastidores para obter aprovação israelense para Rana escoltar Habiba e o irmão da menina, Soheib.Para poupar a criança de uma jornada longa e perigosa, a Jordânia solicitou um transporte aéreo por seus militares da fronteira Israel-Gaza, mas Israel negou o pedido, segundo uma autoridade jordaniana sênior, que relatou à CNN que as autoridades israelenses só aprovariam um movimento terrestre.No domingo (2), Israel autorizou a viagem de Soheib — antes de revogar sua permissão no último minuto, de acordo com autoridades jordanianas. Relataram à CNN que eles finalmente obtiveram aprovação para toda a família deixar Gaza na manhã de segunda-feira (3).A autoridade sênior descreveu a missão de mover Habiba como desnecessariamente difícil.“Trabalhamos incansavelmente, diariamente, para tirar Habiba. Isso foi seguido nos níveis mais altos da Jordânia”, falou a autoridade.A COGAT, agência de ajuda israelense, disse à CNN na segunda-feira (3): “Israel aprovou a partida de Habiba Mahmoud Abd al-Nasser Askari para a Jordânia para tratamento médico, acompanhada de sua mãe e seu irmão de 10 anos.”Aprovações para a partida de crianças e seus familiares para tratamento médico estavam “sujeitas a uma revisão de segurança pelas autoridades relevantes antes de sua entrada no território soberano de Israel”, segundo a COGAT em 14 de janeiro.“O que está em jogo é a vida de uma criança”Na segunda-feira (3), a criança e a família dela foram transferidas em uma ambulância pelo Ministério da Saúde de Gaza para a passagem de fronteira de Kerem Shalom com Israel e logo entregues a uma equipe médica jordaniana.Habiba foi então levada por Israel para a Jordânia pela Ponte Rei Hussein, também conhecida como a passagem da Ponte Allenby.Uma equipe médica enviada por ordem do rei Abdullah II estava esperando em um helicóptero para levá-la a um hospital em Amã.Uma equipe da CNN no solo do lado jordaniano da fronteira ouviu sirenes e viu luzes azuis e vermelhas da ambulância iluminando um caminho que levava ao helicóptero.Três médicos militares encontraram Rana e seus dois filhos dentro do veículo de emergência na noite de segunda-feira (3) antes que a família fosse transferida para o helicóptero.A criança estava enrolada em um cobertor com um brinquedo vermelho enquanto Rana olhava pela janela, seus olhos cansados ​​de exaustão após a primeira saída de Gaza.Os médicos militares monitoraram os níveis de oxigênio de Habiba durante o voo de dez minutos para Amã antes de chegarem ao Hospital Infantil Queen Rania Al Abdullah.Habiba foi então atendida por profissionais médicos na unidade.População precisa de atendimento médico urgenteO COGAT falou anteriormente à CNN que permitiu 24 saídas médicas de Gaza através de Israel para outros países “nos últimos meses”, contendo 1.075 moradores de Gaza que buscam atendimento médico.Entre 12 mil a 14 mil pessoas ainda precisam de saída médica de Gaza, segundo a Organização Mundial da Saúde.Pelo menos 37 pacientes e 39 acompanhantes deixaram Gaza de Rafah, destacou a OMS no sábado (1°), após a reabertura da travessia.Assim como Habiba, 2.500 outras crianças em Gaza precisam de uma saída médica urgente, de acordo com a ONU. Mas para aqueles que esperam por uma salvação, não há tal promessa, de acordo com um trabalhador humanitário na região.Arwa Damon, fundadora da organização de ajuda INARA, falou à CNN que o processo de Israel para facilitar as saídas médicas de crianças de Gaza “nunca é claro”.O INARA não estava envolvido na missão de saída para salvamento de Habiba.“É como tentar navegar em um reality show distorcido… onde as regras de sobrevivência estão… mudando constantemente e o que está em jogo é a vida de uma criança”, disse Damon na segunda-feira (3). “O que enfrentamos tentando tirar Habiba não é exclusivo dela, é o status quo.”

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