Os países presentes na cúpula climática da ONU, a COP29, foram avisados, nesta quarta-feira (20), que a “parte mais difícil” estava prestes a começar nas negociações sobre quanto dinheiro deve ser fornecido aos países em desenvolvimento para ajudá-los a lidar com as mudanças climáticas.Definir a forma desse financiamento – quem paga e quanto – é a principal tarefa das negociações deste ano. Com o prazo final de sexta-feira se aproximando, a frustração com a falta de avanços começava a transparecer nas salas de negociação.Yalchin Rafiyev, negociador-chefe do anfitrião da cúpula, o Azerbaijão, disse que “agora começa a parte mais difícil”, antes de um novo texto que deve ser apresentado à meia-noite (horário local) na capital Baku.O progresso na cúpula anual normalmente é marcado por rascunhos, que são reduzidos a um acordo final.Países ricos e em desenvolvimento estão bastante divididos quanto ao tamanho da nova meta. Ela substituirá uma promessa feita pelos países desenvolvidos em 2020 – entregue com dois anos de atraso – de fornecer 100 bilhões de dólares por ano em financiamento climático.Adonia Ayebare, de Uganda, que preside o grupo G77 + China de mais de 130 países em desenvolvimento, disse que sua demanda era que as nações ricas fornecessem 1,3 trilhão de dólares em financiamento público para o clima por ano.“A frustração é que o outro lado não nos deu uma contraproposta”, disse Ayebare à Reuters.“Estamos ouvindo falar de 300 bilhões de dólares. Mas se isso for verdade, é realmente inaceitável. É vergonhoso”, disse.Outro negociador de um país em desenvolvimento disse à Reuters que a União Europeia havia proposto 200 bilhões de dólares ou 300 bilhões de dólares em conversas informais.Mas a UE afirmou nesta quarta-feira que não tinha uma posição oficial sobre o valor.O comissário climático da UE, Wopke Hoekstra, disse que o bloco não está disposto a falar sobre o valor até que tenha mais detalhes estruturais, acrescentando: “Caso contrário, você terá uma cesta de compras com um preço, mas não saberá exatamente o que está lá dentro”.