A operação, anunciada na última quarta-feira (15) pela companhia, aumenta ainda mais a presença da J&F em diferentes mercados. Atualmente, a holding controlada pelos irmãos administra oito grandes negócios e reúne mais de 50 marcas em setores variados, como o de proteínas animais, agronegócio, energia, comunicação e serviços financeiros. Veja algumas das empresas ligadas aos irmãos Batista abaixo: Empresas ligadas aos irmãos Batista. — Foto: Arte/g1 No centro do conglomerado está a JBS, uma das maiores empresas de processamento de carne do mundo. Com um valor de mercado estimado em cerca de R$ 70 bilhões, a empresa está listada na B3 e na Bolsa de Nova York. Expansão global da J&F A J&F nasceu em 1953, a partir de um pequeno açougue em Anápolis (GO), chamado “Casa de Carnes Mineira”. A empresa foi fundada por José Batista Sobrinho — conhecido como Zé Mineiro, pai de Joesley e Wesley. A empresa iniciou suas atividades comprando e vendendo gado e, nas décadas seguintes, expandiu com matadouros e frigoríficos, sendo rebatizada para Friboi em 1975. A entrada da segunda geração da família, nos anos 1980, marcou uma nova fase de crescimento e profissionalização da companhia. Foi apenas nos anos 2000 que a empresa se consolidou como líder nacional em proteína bovina e iniciou sua expansão internacional com a compra da Swift Armour, na Argentina, seguida pela aquisição de seis frigoríficos no país vizinho nos dois anos seguintes. A expansão global continuou com aquisições nos Estados Unidos e na Europa, transformando a empresa em uma das maiores produtoras de proteína animal do mundo. Em 2007, a companhia passou a se chamar JBS e realizou sua abertura de capital (IPO), levantando R$ 1,6 bilhão. A partir de 2010, o grupo diversificou suas atividades, entrando nos setores financeiro, energético, de celulose, tecnologia e mineração. A holding também expandiu sua atuação no varejo, com a criação da Flora Higiene e Cosméticos. Atualmente, a J&F está presente em mais de 20 países, com destaque para a atuação da JBS. Veja abaixo: Infográfico – Mapa do império global da J&F — Foto: Arte/g1 Escândalos políticos A trajetória dos irmãos Batista, no entanto, também é marcada por escândalos políticos. Em 2017, os irmãos revelaram em delação à Procuradoria-Geral da República (PGR) que haviam gravado o então presidente Michel Temer autorizando pagamentos para garantir o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após sua prisão na operação Lava Jato. Joesley também entregou ao Ministério Público Federal (MPF) uma gravação em que Aécio Neves (PSDB-MG) pede R$ 2 milhões para cobrir despesas com advogados que o defendiam em processos da Lava Jato. No auge do escândalo, os irmãos admitiram ter subornado cerca de 1.800 políticos. O faturamento do frigorífico saltou de R$ 4 bilhões em 2006 para R$ 170 bilhões em 2016. Os irmãos Batista se afastaram dos cargos de liderança da JBS durante o escândalo e foram posteriormente presos, acusados de negociar informações privilegiadas com base no acordo de delação. Mais tarde, acabaram absolvidos no processo. Em 2023, um ministro do Supremo Tribunal Federal suspendeu a multa aplicada à J&F no acordo de leniência, alegando que os promotores teriam agido de forma tendenciosa na época. O caso ainda aguarda uma análise mais ampla pelo tribunal. Irmãos goianos Joesley Batista e Wesley Batista estão na lista dos 10 maiores bilionários do Brasil, divulgada pela Forbes — Foto: Divulgação/Forbes
Do frigorífico à energia nuclear: conheça o império bilionário dos irmãos Batista
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