Os mercados iniciam o dia em expectativa, com atenções divididas entre a viagem do presidente Lula à Ásia, as negociações entre Estados Unidos e China e a continuidade da paralisação do governo americano. A alta do petróleo também movimenta o cenário, com reflexos sobre o desempenho das ações da Petrobras. ▶️ A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Ásia começou hoje, mas deve ganhar destaque com o encontro previsto com Donald Trump neste domingo (26), na Malásia. A reunião deve abordar tarifas comerciais e as sanções impostas por Washington a autoridades brasileiras com base na Lei Magnitsky. ▶️ Em meio às incertezas sobre o “shutdown” nos EUA e a falta de novos indicadores de atividade, os investidores avaliam os balanços corporativos e aguardam desdobramentos nas conversas entre Trump e o líder chinês, Xi Jinping. ▶️ O Ministério do Comércio da China informou que o vice-primeiro-ministro He Lifeng se reunirá com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, na Malásia, a partir desta sexta-feira (24). As discussões sobre comércio e economia devem se estender até segunda-feira (27). ▶️ Os preços do petróleo sobem mais de 5% nesta manhã, superando US$ 65 o barril, após novas sanções de EUA e União Europeia contra a Rússia. O avanço da commodity tende a beneficiar as ações da Petrobras, acompanhando o desempenho positivo dos recibos da estatal (ADRs) em Nova York. Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair 💲Dólar Acumulado da semana: -0,15%;Acumulado do mês: +1,40%;Acumulado do ano: -12,67%. 📈Ibovespa Acumulado da semana: +1,03%;Acumulado do mês: -0,93%; Acumulado do ano: +20,44%. Orçamento 2026 Haddad disse que um projeto vai trazer medidas de arrecadação — como o aumento da tributação de bets — e o outro, ações de contenção de gastos – como mudanças no seguro-defeso. O governo já tentou aprovar as propostas por meio de uma medida provisória, mas o texto enfrentou resistências no Congresso e perdeu a validade ao não ser votado no prazo. A Medida Provisória 1303 ficou conhecida como MP do IOF porque tinha como objetivo compensar a revogação do decreto que aumentou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no Congresso. O objetivo era aumentar a arrecadação para equilibrar as contas públicas. No entanto, a medida sofreu forte resistência no Legislativo e acabou perdendo a validade, antes de ser votada. O governo agora estuda alternativas para recompor o Orçamento já que, com a derrubada da medida, a Fazenda vai enfrentar uma queda expressiva na arrecadação. Haddad avalia que há mais apoio para aprovar as medidas de corte de gastos, que totalizavam R$ 15 bilhões. A ideia é incluir essas medidas num projeto que já esteja tramitando na Câmara dos Deputados. Já a parte do aumento de receita, num total de R$ 20 bilhões, tende a sofrer mais resistência novamente. Entre essas medidas, está o aumento da tributação sobre fintechs, bets e juros sobre capital próprio. Encontro Lula-Trump Os governos do Brasil e dos Estados Unidos confirmaram que o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump ocorrerá no próximo domingo, durante a abertura da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia. A reunião está sendo organizada pelos ministérios das Relações Exteriores dos dois países. Cerca de duas semanas atrás, Lula e Trump já haviam conversado por telefone por aproximadamente 30 minutos.O telefonema foi seguido, na última quinta-feira, por uma reunião em Washington entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio. Em ambas as ocasiões, o foco principal foi a pauta econômica. O ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, não foi mencionado. Autoridades em Brasília avaliam que o encontro pode marcar o início de uma nova fase na relação entre os dois países, com potencial para destravar negociações comerciais e fortalecer o diálogo político. A expectativa é que ambos demonstrem disposição para superar a pior crise em mais de dois séculos de relações bilaterais. EUA em paralisação pelo 22º dia O governo dos EUA chega hoje ao 22º dia de paralisação, sem sinal de acordo entre democratas e republicanos. O impasse já tornou este o segundo shutdown mais longo da história, e cresce o temor de que ele ultrapasse o recorde de 35 dias, registrado no primeiro mandato de Donald Trump. A disputa gira em torno da renovação dos subsídios ampliados do Affordable Care Act (ACA), que expiram em breve e podem elevar os custos de saúde para cerca de 22 milhões de americanos. Os democratas condicionam o fim da paralisação à garantia de que o Congresso aprove o prolongamento desses benefícios. Já os republicanos, fortalecidos após reunião com Trump, recusam negociar sob o que chamam de “chantagem política”. Enquanto isso, milhares de servidores federais se preparam para perder o primeiro salário integral desde o início do fechamento parcial do governo. Embora a lei preveja o pagamento retroativo, o próprio governo levantou dúvidas sobre o cumprimento dessa regra, ampliando o clima de incerteza. Trump tem usado o impasse para reforçar sua agenda de redução do tamanho do Estado, afirmando que pretende cortar gastos e demitir servidores. A Casa Branca também advertiu que, se o bloqueio persistir, poderá faltar recursos para programas de assistência alimentar e até para o pagamento das forças armadas. Com o presidente prestes a viajar para a Ásia, cresce a percepção de que o fim da paralisação ainda está distante. Bolsas globais Em Wall Street, os principais índices fecharam em queda, enquanto os investidores avaliam uma nova rodada de balanços corporativos. O Dow Jones recuou 0,71%, aos 46.590,41 pontos. O S&P 500 teve perdas de 0,52%, aos 6.700,48 pontos, enquanto o Nasdaq caiu 0,93%, aos 22.740,40 pontos. As bolsas europeias fecharam em queda nesta quarta-feira, interrompendo duas sessões consecutivas de ganhos, em meio à divulgação de balanços corporativos abaixo do esperado. Resultados fracos de grandes companhias, como L’Oréal e Hermès, abalaram a confiança dos investidores e pressionaram especialmente o setor de luxo e de bens pessoais. Com isso, o índice STOXX 600 recuou 0,2%. Em Londres, o FTSE 100 avançou 0,93%, fechando aos 9.515 pontos. Em Frankfurt, o DAX caiu 0,74%, para 24.151,13 pontos, enquanto em Paris, o CAC 40 perdeu 0,63%, terminando a 8.206,87 pontos. Já em Milão, o FTSE MIB registrou queda de 1,03%, a 42.209,64 pontos. No sentido oposto, Madri teve leve alta de 0,09%, com o Ibex 35 encerrando a 15.781,60 pontos, e Lisboa avançou 0,40%, com o PSI 20 fechando a 8.305,43 pontos. Já os mercados asiáticos encerraram o pregão majoritariamente em queda, pressionados pelas tensões comerciais entre China e EUA, e pela forte desvalorização do ouro no mercado internacional. O índice de Xangai recuou 0,07%, o CSI300 caiu 0,33% e o Hang Seng, de Hong Kong, perdeu 0,94%. No Japão, o Nikkei teve leve baixa de 0,02%, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul, subiu 1,56%. Já em Taiwan, o Taiex caiu 0,37%, e em Cingapura, o Straits Times avançou 0,32%, mostrando um desempenho desigual entre os principais mercados da região. Funcionário de banco em Jacarta, na Indonésia, conta notas de dólar, em 10 de abril de 2025. — Foto: Tatan Syuflana/ AP *Com informações da agência de notícias Reuters.
Dólar abre com queda em meio à cautela global e tensões entre potências
postagem anterior