O dólar registra alta de 0,19% por volta das 9h10 desta quarta-feira (15), cotado a R$ 5,5683, refletindo os desdobramentos da ofensiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil. ▶️ Na noite desta terça, o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês) iniciou uma investigação comercial contra o Brasil. A legislação permite corrigir práticas comerciais consideradas desleais contra os EUA, por meio da aplicação de tarifas ou sanções. O documento mistura alegações comerciais e políticas para justificar a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. O texto apresenta aspectos do comércio nacional que serão investigados e faz afirmações, sem apresentar evidências, sobre supostas práticas abusivas adotadas pelo Brasil. O desfecho da decisão definirá se o governo precisará buscar novas fontes de receita ou realizar cortes adicionais no Orçamento para atingir a meta de déficit zero em 2025. ▶️ Economistas também analisam os dados de inflação dos EUA. O índice de preços ao produtor (PPI) pode indicar se os preços já estão sendo impactados pelas tarifas de Trump. Ontem, os dados de preços ao consumidor mostraram alta em junho, com possível influência das taxas. “As categorias de eletrodomésticos e equipamentos domésticos apresentaram aumento expressivo de preços, indicando algum repasse dos custos adicionais provocados pelas tarifas”, explica a economista Andressa Durão, do ASA. “Outros itens, como vestuários, bens recreativos e outros bens diversos, registraram variações pontuais de preços, de forma menos intensa ou mais diluída, mas também sugerindo algum repasse”, continua. Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair 💲Dólar Acumulado da semana: +0,18%;Acumulado do mês: +2,29%; Acumulado do ano: -10,06%. Acumulado da semana: -0,69%;Acumulado do mês: -2,60%; Acumulado do ano: +12,44%. Brasil estuda como responder Trump Após as reuniões com empresários realizadas nesta terça-feira, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o governo brasileiro não pretende solicitar ao governo americano o adiamento da entrada em vigor das tarifas anunciadas por Trump sobre as exportações brasileiras. O g1 apurou que o governo aposta na via diplomática e busca intensificar o diálogo com representantes americanos para tentar reverter as medidas, sem solicitar um novo prazo. A expectativa é que a pressão de empresários nos EUA — como a manifestada pela Câmara de Comércio americana nesta terça-feira — possa influenciar o governo Trump a reconsiderar a decisão. Alckmin se reunirá nesta quarta com as câmaras de comércio Brasil-EUA e com representantes de outros setores impactados, como as indústrias química e de software, além de cooperativas, confederações patronais e centrais sindicais. Avaliação do governo Os dados mostram que a aprovação de Lula (PT), que vinha em queda desde janeiro, e reprovação, que vinha em alta desde outubro, mudaram de direção: 43% aprovam a Lula, uma oscilação positiva de três pontos percentuais em relação a junho.53% desaprovam Lula, uma oscilação para baixo de quatro pontos, no limite da margem de erro. O diretor da Quaest destaca que a avaliação de Lula melhorou em três segmentos que estão fora da base tradicional de apoio do governo Lula: No Sudeste, a desaprovação caiu oito pontos, para 56% e aprovação subiu oito pontos, para 40% (a margem de erro é de três pontos nesse segmento).Entre quem tem ensino superior, houve queda de 11 pontos na desaprovação, para 53%, e alta de 12 na aprovação, para 45% (margem de quatro pontos).Entre quem ganha de dois e cinco salários mínimos (R$ 3 mil e R$ 7.590) por mês, houve oscilação positiva de quatro pontos na aprovação, para 52%, e negativa de quatro pontos na desaprovação, para 43%. “Não foi nem entre os mais pobres, nem entre os mais ricos que captamos mudanças na aprovação; foi nos setores de renda média: a diferença que era de -19 pp passou para -9 pp de maio pra cá”, diz Nunes. Veja abaixo os demais resultados da pesquisa. Sem acordo sobre o IOF Tanto o Executivo quanto o Congresso mantiveram as posições já apresentadas nos autos. Os partidos PL e PSOL também reiteraram os pedidos para que o STF declare a inconstitucionalidade do decreto que majorou o IOF. Notas de dólar — Foto: Dado Ruvic/ Reuters