No Brasil, investidores acompanham nesta quarta-feira o segundo dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). No cenário internacional, a atenção se volta para a divulgação de dados econômicos dos Estados Unidos. Ontem, o mercado demonstrou preocupação com a possibilidade de que uma eventual condenação do ex-presidente leve o governo de Donald Trump a adotar novas medidas contra o Brasil. Esse receio teve impacto direto no setor bancário, já que instituições financeiras podem ser afetadas por medidas previstas na Lei Magnitsky. No Ibovespa, ações recuaram em bloco e o dólar apresentou volatilidade. ▶️ Nos EUA, investidores aguardam a divulgação do relatório Jolts, que detalha vagas de emprego, contratações e desligamentos registrados em julho. ▶️ Ainda por lá, está prevista para hoje e amanhã uma missão empresarial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o objetivo de negociar as tarifas de 50% impostas pelo governo Trump ao Brasil. Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair 💲Dólar Acumulado da semana: +0,96%;Acumulado do mês: +0,96%; Acumulado do ano: -11,42%. 📈Ibovespa Acumulado da semana: -0,77%;Acumulado do mês: -0,77%; Acumulado do ano: +16,67%. Julgamento de Bolsonaro A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar na terça-feira (2) a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, por tentativa de golpe de Estado em 2022. São julgados o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus do chamado núcleo 1, ou crucial, que reúne aqueles que são considerados os principais integrantes da suposta organização criminosa denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). São eles: os ex-ministros Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Braga Netto (Casa Civil) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa);Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Diante disso, há um receio entre os investidores de que uma possível condenação do ex-presidente leve o governo de Donald Trump a impor novas sanções contra integrantes do Supremo. Durante o pregão da terça, a maioria das ações bancárias fechou em queda, já que o setor pode ser diretamente afetado por medidas previstas na Lei Magnitsky. Entre as instituições, apenas os papéis do BTG Pactual subiram. Banco do Brasil (BBAS3): -3,18%Bradesco (BBDC4): -1,16%BTG Pactual (BPAC11): +0,18%Itaú (ITUB4): -1,70%Santander (SANB11): -0,39% Os receios em torno da Lei Magnitsky também influenciaram na alta do dólar. “Com o julgamento de Bolsonaro em andamento, as expectativas de novas sanções por parte dos Estados Unidos tornam o mercado de câmbio mais vulnerável à volatilidade”, explica Marcio Riauba, responsável pela Mesa de Operações do StoneX Banco de Câmbio. Ainda assim, o especialista ressalta que fatores externos também contribuíram para a valorização do dólar, em meio a um cenário global de maior cautela. “Esse movimento também foi influenciado pela alta do índice dólar (DXY), diante das preocupações fiscais no Reino Unido, França e Alemanha.” Bolsas globais Os principais índices de Wall Street atingiram a mínima de mais de uma semana na terça-feira, com os investidores retornando de um feriado preocupados com a legalidade das tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e aguardando dados econômicos cruciais. No fechamento de ontem, o Dow Jones caiu 0,55%, a 45.295,69 pontos. O S&P 500 recuou 0,71%, a 6.414,68 pontos, enquanto o Nasdaq Composite teve perdas de 0,82%, a 21.279,63 pontos. Já os mercados europeus operam em alta nesta quarta-feira, recuperando parte das perdas da sessão anterior. O movimento é uma resposta ao alívio nas preocupações fiscais que haviam pressionado os juros dos títulos públicos em países como Reino Unido, Alemanha e França. Além disso, investidores seguem atentos às incertezas sobre tarifas comerciais dos Estados Unidos. Até o momento, os principais índices da Europa registram ganhos: o Stoxx 600 sobe 0,72%, o DAX da Alemanha avança 0,80%, o FTSE 100 do Reino Unido tem alta de 0,57%, o CAC 40 da França sobe 0,97% e o FTSE MIB da Itália registra valorização de 0,46%. Na Ásia, as bolsas tiveram desempenho misto. Na China, as ações caíram com força após o desfile militar, especialmente no setor de defesa, já que investidores aproveitaram para vender papéis e garantir lucros. Esse movimento levou o índice de Xangai à maior queda diária em uma semana. No fechamento, o índice de Xangai caiu 1,16%, enquanto o CSI300, que reúne grandes empresas chinesas, recuou 0,68%. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 0,60%. Já em Tóquio, o Nikkei teve queda de 0,88%. Por outro lado, houve alta em Seul (+0,38%) e Taiwan (+0,35%). Notas de dólar. — Foto: Luisa Gonzalez/ Reuters *Com informações da agência de notícias Reuters
Dólar abre em queda em meio à expectativa por dados dos EUA e julgamento de Bolsonaro
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