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Dólar cai e fecha a R$ 5,91, de olho em Trump e nos novos dados de inflação; Ibovespa tem leve queda

por Redação
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A expectativa é que o IPCA-15 dê novos sinais sobre quais podem ser os próximos passos do Comitê de Política Monetária (Copom) na condução dos juros do país. No exterior, as políticas tarifárias de Donald Trump, novo presidente dos Estados Unidos, continuaram no radar. Na véspera, durante o Fórum Econômico Mundial, o republicano reforçou seu discurso protecionista, prometendo criar “o maior corte de impostos da história americana” e taxar empresas que não queiram produzir no país. Nesta semana, o republicano havia reforçado sua promessa de impor tarifas de 10% à China e à União Europeia, e considerou alíquotas de até 25% contra o México e o Canadá. Mas a falta de medidas concretas sobre o tema continua a abrir espaço para uma valorização do real. (entenda abaixo) Na quinta-feira, Trump criticou a condução das taxas de juros americanas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e disse que vai exigir que as taxas de juros caiam “imediatamente”. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, fechou em leve queda. Veja abaixo o resumo dos mercados. Dólar acumula alta de quase 28% em 2024 Dólar O dólar recuou 0,13%, cotado a R$ 5,9180. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,8670. Veja mais cotações. Com o resultado, acumulou: queda de 2,43% na semana;recuo de 4,23% no mês e no ano. Na véspera, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,34%, cotada a R$ 5,9255, no menor valor desde novembro. Ibovespa O Ibovespa recuou 0,03%, aos 122.447 pontos. Com o resultado, acumulou: alta de 0,08% na semana;ganho de 1,80% no mês e no ano. Na véspera, o índice fechou em queda de 0,40%, aos 122.483 pontos. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair O que está mexendo com os mercados? Os novos dados de inflação no Brasil voltaram a chamar a atenção dos mercados para o cenário doméstico, conforme investidores seguem na expectativa pela próxima reunião do Copom, que acontece na semana que vem. O IPCA-15 — considerado a prévia da inflação oficial do país — registrou uma alta de 0,11% nos preços em janeiro. O resultado representa uma desaceleração em relação ao observado em dezembro (0,34%), mas ainda está bem acima do esperado pelo mercado, de uma deflação de 0,02% para o mês. Com o resultado, o IPCA-15 começou 2025 com uma alta acumulada de 4,50% em 12 meses — uma desaceleração em relação aos 4,71% registrados em dezembro do ano passado. O resultado volta a pressionar por novas altas de juros por parte do Banco Central do Brasil (BC). A estimativa é que o colegiado anuncie mais uma alta da 1 ponto percentual (p.p.) na taxa básica de juros (Selic). Além disso, as preocupações com o quadro fiscal do país também seguem na mira, conforme investidores monitoram os debates do governo para tentar reduzir os preços dos alimentos. Já no exterior, os efeitos da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos seguem no radar, com incerteza sobre um possível “tarifaço” a outros países e seus potenciais efeitos no comércio global. Na terça-feira, durante um evento na Casa Branca, Trump prometeu impor tarifas à União Europeia e afirmou que seu governo já está discutindo uma alíquota de 10% sobre produtos importados da China a partir de 1º de fevereiro. Ele também ameaçou impor tarifas ao México e ao Canadá, citando preocupações com o fluxo de drogas desses países. Embora essas tarifas estejam alinhadas com a agenda protecionista de Trump, elas são menores do que as indicadas durante sua campanha. A falta de medidas concretas traz certo alívio e abre espaço para a valorização de outras moedas em relação ao dólar. Na prática, a aplicação de tarifas sobre produtos importados nos EUA é considerada inflacionária, pois pode elevar os preços no país. Quando os preços estão mais altos, o Federal Reserve (Fed) tende a manter os juros elevados por mais tempo para esfriar a economia e combater a inflação. Taxas elevadas nos EUA fortalecem o dólar. Outro ponto que fica sob os holofotes foram as afirmações recentes do novo presidente norte-americano sobre a condução da política monetária por parte do Fed. Na véspera, o republicano disse que quer novos cortes de juros por parte do BC dos EUA. “Com os preços do petróleo caindo, exigirei que as taxas de juros caiam imediatamente, e elas também deveriam cair em todo o mundo”, defendeu Trump na última quinta-feira, durante discurso no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Destaque também para a mudança de tom de Trump em relação à China. Em entrevista à Fox News nesta quinta-feira (23), ele disse que “preferiria” evitar a imposição de tarifas sobre o gigante asiático. Perguntado em uma entrevista à Fox News se é possível firmar acordos com o líder chinês, Xi Jinping, sobre a ilha de Taiwan e a questão comercial, Trump respondeu: “Eu posso fazer isso porque tenho algo que eles querem: uma mina de ouro”. “Temos um grande poder sobre a China: as tarifas. E eles não as querem. Isso é um tremendo poder sobre o país”, declarou o republicano. Após tomar posse na segunda-feira (20), Trump disse que seu governo planeja impor tarifas de 10% sobre os produtos da China, a segunda maior economia do mundo, a partir de 1º de fevereiro. Durante sua campanha para a Casa Branca, ele disse que essas tarifas poderiam chegar a 60%. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país asiático, Mao Ning, disse nesta sexta-feira (24) que os dois países podem resolver suas diferenças por meio do “diálogo”. “A cooperação econômica e comercial entre a China e os Estados Unidos é benéfica para ambos os lados”, disse ela, declarando que seu país nunca busca deliberadamente ter um superávit comercial.

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