A economia norte-americana continua em ritmo de expansão, o que gera mais dúvidas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na condução dos juros. Uma economia aquecida pode gerar mais pressão sobre a inflação, porque contribui para empregos e mais dinheiro nas mãos da população. Isso pode levar o Fed a manter seus juros ainda em um patamar alto para os níveis dos EUA por mais tempo que o esperado, principalmente com os riscos inflacionários trazidos pelas tarifas do presidente Donald Trump. Veja abaixo o resumo dos mercados. Dólar acumula alta de quase 28% em 2024 Dólar No dia anterior, a moeda americana teve alta de 0,40%, cotada a R$ 5,7940. Com o resultado, acumulou: queda de 0,74% na semana e no mês;recuo de 6,24% no ano. O Ibovespa começa a operar às 10h. Na véspera, o índice teve alta de 0,31%, aos 125.534 pontos. Com o resultado, acumulou: queda de 0,49% na semana e no mês;ganho de 4,35% no ano. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair O que está mexendo com os mercados? Nesta quarta-feira (5), dados do Institute for Supply Management (ISM) mostraram que o setor de serviços desacelerou em janeiro, caindo de 54 pontos para 52,8, mas continua em ritmo de expansão. Pelo indicador, todo número acima de 50 indica a tendência de expansão da economia. O país também continua com o mercado de trabalho aquecido. Em janeiro, os EUA criaram 183 mil empregos privados, contra 176 mil em dezembro, segundo relatório da consultoria ADP. Esses dados, os mais recentes da atividade econômica norte-americana, reforçam que o Fed deve seguir com uma postura cautelosa na condução dos juros, hoje entre 4,25% e 4,50% ao ano. Juros altos nos EUA elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo, atraindo investidores e valorizando o dólar em detrimento de outras moedas. Além disso, as falas do presidente americano continuam repercutindo no mercado, em um dia de agenda vazia. Na véspera, Trump afirmou que os EUA “assumirão o controle” da Faixa de Gaza, sugerindo que os palestinos da região deveriam ser realocados. Ela também disse que os EUA precisam se envolver na reconstrução de Gaza “para garantir a estabilidade na região”, mas que “não vão pagar” por ela. As falas reavivaram os temores de uma guerra generalizada no Oriente Médio, o que, além da catástrofe humanitária, poderia gerar problemas econômicos, dada a importância da região na produção e distribuição de petróleo. Ainda nos EUA, também pesa no mercado a preocupação sobre uma possível guerra comercial entre o país e a China, após o gigante asiático responder à imposição de tarifas por parte de Trump na véspera.