A equipe econômica do governo vem falando desde meados de outubro sobre a necessidade de reduzir as despesas e, agora que passaram as eleições, o mercado espera por mais informações de quando e como esses cortes devem acontecer. Na agenda de indicadores, os investimentos diretos no Brasil foram menores que o projetado em setembro, alcançando US$ 5,23 bilhões, segundo o Banco Central do Brasil (BC), contra uma expectativa de US$ 5,60 bilhões. Além disso, as transações correntes do país — soma das balanças comercial e de serviços e de transferências unilaterais entre os países — teve um déficit de US$ 6,53 bilhões, pior do que as estimativas, que esperavam um déficit menor, de US$ 5,0 bilhões. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera com volatilidade, oscilando entre altas e baixas. Veja abaixo o resumo dos mercados. Dólar No dia anterior, a moeda subiu 0,06%, cotada a R$ 5,7082. Com o resultado, acumulou: alta de 0,06% na semana;avanço de 4,80% no mês;ganho de 17,63% no ano. Ibovespa No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,13%, aos 131.046 pontos. Na véspera, o índice encerrou em alta de 1,02%, aos 131.213 pontos. Com o resultado, acumulou: alta de 1,02% na semana;perdas de 0,46% no mês; recuo de 2,22% no ano. O que está mexendo com os mercados? Na agenda econômica, o destaque são os dados da balança comercial brasileira, que frustrou as expectativas do mercado. Os números do BC mostram que com o resultado de setembro, em 12 meses, o déficit em transações correntes do país acumula um valor equivalente a 2,07% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo mês de 2023, houve superávit de 268 milhões de dólares. Em setembro, a balança comercial teve superávit de US$ 4,81, uma queda em relação aos US$ 8,48 bilhões registrados no mesmo mês de 2023. Já o rombo na conta de serviços ficou em US$ 4,98 bilhões, contra US$ 3,45 bilhões em setembro do ano anterior. Os investidores também seguem na expectativa pela divulgação de um novo pacote de cortes. Nas últimas semanas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou que a equipe econômica poderia lançar novas medidas estruturais para reduzir os gastos públicos após as eleições municipais. A equipe econômica vem sendo pressionada a adotar iniciativas pelo lado das despesas. O tema também tem sido abordado frequentemente pelo Banco Central do Brasil (BC) como fator de influência na política monetária. Nesta segunda-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, voltou a afirmar que se o Brasil quiser ter juros estruturalmente mais baixos, precisará apresentar medidas que sejam interpretadas como um choque fiscal positivo. As falas aconteceram em uma reunião com investidores realizada pelo Deutsche Bank, em Londres. Com o cenário de juros no radar, investidores ainda devem monitorar uma série de indicadores previstos para esta semana, com destaque para os novos dados de emprego e do setor público consolidado. *Com informações da agência de notícias Reuters