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Economia chinesa cresce 5,2% no 2º trimestre, mesmo com tarifaço de Trump

por Redação
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O resultado corresponde à previsão de uma pesquisa da AFP realizada com analistas na semana passada. Já as vendas no varejo — indicador-chave de consumo — subiram 4,8% em relação ao ano anterior, abaixo da previsão de 5,3% em uma pesquisa da Bloomberg com economistas, o que sugere que os esforços para reativar o consumo interno não conseguem decolar. Contudo, a produção industrial aumentou 6,8%, acima da estimativa de 5,6%. “A economia nacional resistiu à pressão e mostrou uma melhora constante apesar dos desafios”, disse o vice-diretor do Departamento Nacional de Estatísticas, Sheng Laiyun, em coletiva de imprensa. “A produção e a demanda cresceram de forma constante, o emprego manteve-se geralmente estável, a renda das famílias continuou a aumentar, os novos motores de crescimento testemunharam um desenvolvimento robusto e o desenvolvimento de alta qualidade alcançou novos avanços”, afirmou. O governo da segunda maior economia mundial trava uma batalha em várias frentes para manter o crescimento econômico, um desafio que se viu dificultado pela ofensiva tarifária do presidente americano Donald Trump. Trump impôs tarifas à China e aos principais parceiros comerciais dos americanos desde que retornou ao cargo em janeiro, ameaçando as exportações chinesas justamente quando Pequim está mais dependente delas para estimular a atividade econômica. A China criticou a ameaça de Trump e reiterou que é favorável a uma solução política na Ucrânia. “A coerção ou as pressões não podem resolver os problemas”, declarou Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim. Os países ocidentais pedem repetidamente à China — um aliado comercial importante da Rússia — para exercer sua influência e fazer com que Vladimir Putin pare sua guerra de três anos contra a Ucrânia. Uma visão aérea mostra contêineres nos terminais do porto de Kwai Chung, em Hong Kong, China , em 3 de abril de 2025 — Foto: REUTERS/Tyrone Siu/Foto de arquivo Bom desempenho das exportações Dados da Administração Geral de Alfândega da China divulgados nesta segunda-feira mostraram que as exportações aumentaram muito mais que o esperado em junho (5,8% em termos anuais e 32,4% na comparação com o mês anterior), com ajuda da trégua comercial entre Washington e Pequim. As importações também subiram 1,1%, acima do avanço previsto de 0,3%, o que representa o primeiro crescimento deste ano. O oficial da alfândega Wang Lingjun afirmou em coletiva de imprensa que Pequim esperava “que os Estados Unidos continuassem a trabalhar juntos com a China na mesma direção”, relatou a emissora estatal CCTV. A trégua tarifária foi “duramente conquistada”, disse Wang. “Não há saída por meio de chantagem e coerção. Diálogo e cooperação são o caminho certo”, frisou. Muitos analistas, no entanto, preveem um crescimento mais lento nos próximos seis meses, com uma demanda interna frágil como principal obstáculo. “Os dados provavelmente ainda superestimam a força do crescimento”, afirmou Zichun Huang, economista para a China na Capital Economics, em um comunicado. “Com as exportações destinadas a desacelerar e o impulso de apoio fiscal prestes a desaparecer, é provável que o crescimento desacelere ainda mais durante a segunda metade deste ano”, acrescentou.

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