Isso quer dizer que o país vai ingressar em um fórum de discussões de estratégias de mercado, sem se comprometer com as práticas de cartel da Opep — como cortes de produção para influenciar o preço do petróleo no mercado internacional. No fórum, o Ministério de Minas e Energia espera discutir o financiamento da transição energética com recursos do petróleo e abrir mercado para os biocombustíveis brasileiros. Governo decide se entra na Opep+ Segundo a Opep, a carta de cooperação é uma plataforma que facilita o diálogo entre os países membros da Opep e aliados (conhecidos como Opep+). “O objetivo é contribuir para um abastecimento energético seguro e uma estabilidade duradoura em benefício dos produtores, consumidores, investidores e da economia global”, diz a organização. “Isso gera alguma obrigação vinculante ao Brasil? Não. Literalmente não. Foi lida e relida na reunião do CNPE que é apenas uma carta, um fórum de discussão de estratégias dos países produtores de petróleo”, declarou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, nesta terça-feira (18). Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante a cerimônia de início da retomada das operações da Fábrica de Fertilizantes Araucária Nitrogenados S.A. (ANSA) — Foto: Ricardo Stuckert / PR Silveira disse que o país não precisa “se envergonhar” de ser produtor de petróleo. Depois do anúncio, ambientais criticaram a decisão. Contudo, integrantes do governo, como Silveira, dizem não ver contradição entre o país sediar neste ano a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) e anunciar a adesão ao fórum da Opep+. Questionado sobre críticas de entidades ambientalistas que dizem ver contradição, Silveira respondeu: “Os ambientalistas […] têm todo o meu respeito, eu também sou ambientalista, também defendo a preservação do meio ambiente. Trabalho vigorosamente para avançar na transição energética, talvez eu me considere até mais ambientalista que eles”.