“O Estado brasileiro falhou porque nunca se fez o batimento daquelas listas de aposentados que autorizavam ser descontados em folha. O INSS nunca, na história, nessas décadas, conferia isso. Tomava como verdade os dados das associações”, disse. A afirmação foi feita durante sabatina no 20º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji no Teatro da ESPM, em São Paulo (SP). Apesar de admitir a falha, Queiroz disse que identificar a fraude foi um processo difícil, mesmo com os alertas sobre os descontos irregulares recebidos nos últimos anos. “As primeiras denúncias datam de 2019, 2020. A Polícia Federal investigou, o Ministério Público Federal também, não conseguiram achar. Não eram coisas simples de achar. A própria CGU passou um ano e meio para poder levantar todos esses dados e deflagrar a operação ‘Sem Desconto’.” Questionado se decretar o fim do desconto em folha seria uma solução para evitar novas fraudes, o ministro afirmou: “Tenho muita dificuldade em defender a volta do desconto em folha, mas também tenho muita dificuldade em condenar todas as associações a deixarem de existir.” Segundo ele, extinguir essa forma de pagamento sufocaria financeiramente muitas entidades legítimas, especialmente aquelas ligadas a trabalhadores rurais. “Por trás disso, tem uma disputa ideológica. Existe um desejo claro da centro-direita de matar os sindicatos. Eles tentaram com a reforma sindical e os sindicatos encontraram uma maneira de sobreviver através dos descontos associativos em folha. Se esses descontos acabam, atinge-se diretamente os sindicatos de centro-esquerda.” Esta reportagem está em atualização. INSS abre sistema para aposentados aderirem a acordo
‘Estado brasileiro falhou’, diz ministro da Previdência sobre fraude do INSS
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