O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (18) que a negociação tarifária entre Brasil e Estados Unidos não ocorre porque o país norte-americano quer impor aos brasileiros uma solução “constitucionalmente impossível”. Em evento organização pelo canal Times Brasil CNBC e o Financial Times, Haddad disse acreditar que o comércio bilateral entre os dois países vai cair ainda mais. A tarifa de 50% sobre uma série de produtos brasileiros foi imposta pelo governo do presidente Donald Trump sob o argumento de que o ex-presidente Jair Bolsonaro sofre uma “caça às bruxas” pelo Judiciário brasileiro. A resposta do Brasil ao tarifaço O Brasil vai criar uma linha de crédito de R$ 30 bilhões, adiar a cobrança de impostos para empresas mais afetadas, e desonerar tributos de vendas de produtos brasileiros ao exterior, com alíquotas de até 3,1% para grandes e médias empresas e até 6% para micro e pequenas, entre outras medidas. Além do pacote para socorrer as exportadoras brasileiras, o governo Lula deve encaminhar hoje um relatório a Washington com informações sobre investigações nas áreas financeira, comercial, digital, ambiental (ligadas ao desmatamento), além de combate à corrupção e propriedade intelectual. A medida vem após a decisão de Donald Trump, em 9 de julho, de impor uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros a partir deste mês. Logo depois, os Estados Unidos anunciaram que abririam uma investigação contra o Brasil com base na Seção 301 da Lei de Comércio. Até o sistema de pagamentos Pix e o comércio popular da Rua 25 de Março, em São Paulo, entraram no radar das autoridades americanas. *Com informações da Reuters Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fala em coletiva de imprensa sobre o bloqueio do Orçamento e elevação do IOF — Foto: Diogo Zacarias/MF