Há quem defenda e quem odeie. A chupeta, bico, ou tetê, como é chamado esse objeto que é pauta de tanta polêmica nas rodas de conversa entre mães, é adorado por boa parte das crianças, que muitas vezes são ensinadas a usar desde bebês.
O produto acaba sendo um objeto de apego, principalmente em situações de enfrentamento, estresse, facilitar o adormecer quando elas ainda não conseguem expressar e compreender bem suas emoções.
Dentistas dizem que ela é prejudicial ao desenvolvimento dentário, fazendo, às vezes, com que os dentes cresçam tortos. Mas e o fator psicológico, é afetado?
Segundo a psicóloga Ariana Gonçalves, isso pode acontecer. “Muitas vezes por consequência de outras causas, por exemplo, o atraso da fala, intolerância a frustração, dores de garganta e de ouvido frequentes, e a famosa questão dos dentinhos e possível deformação do céu da boca. Se a criança não se desapega, muito provável se tornarem mais introvertidas, tímidas e apáticas”, explica.
De acordo com a especialista, o melhor método para tirar o hábito da criança é o gradativo. “É muito importante encorajar e elogiar sempre quando ela conseguir ficar sem a chupeta, isso reforça o comportamento o qual quer alcançar. Tudo deve ser sempre explicado e a criança precisa compreender. Isso deve ser feito de forma lúdica, na qual ela não apenas perca aquele objeto de tanto valor pra ela, mas que possa ter um lucro naquela mudança de fase. Já atendi alguns casos exclusivos para retirada de chupeta que foram resolvidos em apenas uma sessão com a criança, mas trabalhada com os pais antes. Em situação recente, amarrei a chupeta em um balão em que ela voaria e iria para o céu, a criança topou e fez todos os seus “rituais” de despedida, correu, pulou, com a chupeta amarrada no balão e no seu momento o deixou voar. Se sentiu feliz naquele momento, recorda sempre com alegria, e contou para todos como foi”, conta.
O tempo de uso deve ser restrito. “Ela não deve ser usada durante todo o dia desde o início. A partir do segundo aninho as crianças já apresentam desinteresse, às vezes sentem até vergonha de usar perto de outras pessoas ou coleguinhas. É nessa fase que a criança já está mais madura e consegue expressar melhor suas emoções, portanto é a hora exata de tirar” diz Ariana.
A psicóloga alerta para meios que não devem ser usados para fazer a transição. “Alguns métodos são muito bruscos, podem causar pequenos traumas na criança e muitas vezes não dá certo. Consequentemente, a criança passa a ter mais apego ainda naquele objeto. Por exemplo, falar que é feio, que a chupeta é fedida, que todos vão rir da criança, e outros”, finaliza.
Tem dúvida sobre esse ou outro tema? Mande sua sugestão para anedotasdemae@tvintegracao.com.br. Até a próxima!
Falar à criança que é feio usar chupeta não adianta; saiba a melhor forma de acabar com o hábito
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