→ A falta de infraestrutura para transporte de pessoas e bens no Brasil não é novidade, mas segue sendo um dos maiores entraves ao desenvolvimento do país. Embora o governo federal tenha ampliado a geração de empregos e promovido aumentos na renda média, a qualidade de vida dos brasileiros está em constante degradação devido à mobilidade urbana precária. Trens, metrôs e VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos) são soluções ignoradas que poderiam transformar o Brasil em uma nação mais conectada e eficiente.
– A ausência de um projeto nacional de transporte ferroviário coloca o país em desvantagem não apenas em termos de deslocamento de pessoas, mas também na logística de bens. Sem trens de alta velocidade que conectem capitais e grandes cidades ou sistemas de metrô robustos nas metrópoles, os brasileiros enfrentam diariamente congestionamentos, longas horas em transporte público ineficiente e altos custos logísticos que pressionam a inflação.
O Exemplo da China
Enquanto o Brasil discute políticas tímidas de infraestrutura, a China avança em tecnologia ferroviária revolucionária, como trens de alta velocidade que operam em tubos a semivácuo, alcançando velocidades próximas a 1.000 km/h. Esses sistemas já superaram os limites tecnológicos e reduzem drasticamente o tempo de deslocamento. No Brasil, no entanto, até mesmo uma rede básica de trens é inexistente em muitas regiões.
Essa discrepância evidencia a falta de visão estratégica. Para que um projeto de neoindustrialização seja viável no Brasil, é indispensável resolver os gargalos logísticos. As riquezas nacionais, especialmente agrícolas, ficam paralisadas por uma infraestrutura que depende quase exclusivamente de rodovias congestionadas e insuficientes.
Mobilidade e Qualidade de Vida
A mobilidade é uma questão central que afeta todas as esferas da vida nacional: saúde, segurança pública, educação e até mesmo o humor social. Sem sistemas de transporte eficientes, brasileiros perdem tempo e energia preciosos em deslocamentos desumanos. Isso impacta diretamente a produtividade e o bem-estar.
A falta de sistemas de transporte modernos também contribui para a percepção negativa do governo. Quando até mesmo os serviços básicos como carne e medicamentos dependem de transporte rodoviário caro e demorado, os custos são repassados ao consumidor, agravando a inflação.
O Descaso da Esquerda com a Mobilidade
É particularmente frustrante observar o descaso dos políticos brasileira, incluindo o governo atual, com a mobilidade urbana. Políticos, muitas vezes vivendo em bairros nobres e com acesso a passagens aéreas financiadas pelo Estado, parecem desconectados da realidade da população. O foco em debates abstratos e em soluções ultrapassadas, como a expansão da indústria automobilística, ignora as necessidades práticas de um país que demanda trens, metrôs e VLTs.
Essa cultura elitista dentro do governo institucional bloqueia avanços concretos. A extrema-direita, por outro lado, se aproveita do mau humor generalizado, prometendo soluções fáceis e populistas sem compromisso com mudanças estruturais.
Um Sonho Possível
A construção de um sistema ferroviário nacional é tratada como utopia, mas a tecnologia e a experiência necessárias para implementar projetos desse porte já existem. A transformação da mobilidade no Brasil não precisaria de décadas, mas de vontade política e senso de urgência. Projetos-piloto poderiam ser lançados em curto prazo, abrindo caminho para uma revolução no transporte.
Essa seria uma oportunidade única de inspirar os brasileiros com uma visão de futuro. Um plano nacional de transporte sobre trilhos não apenas resolveria os problemas de mobilidade, mas também representaria um símbolo de progresso e inovação.
Conclusão
O problema do Brasil não é falta de comunicação, como muitos defendem, mas sim a ausência de projetos visionários e ambiciosos que abordem os desafios mais básicos do país. Enquanto isso, os brasileiros seguem presos em seus próprios limites, com infraestrutura arcaica e perspectivas cada vez mais sombrias.
“Se o governo Lula, ou qualquer outro futuro governo, deseja realmente fazer história, deve abandonar soluções paliativas e mirar na construção de um sistema de transporte moderno, focado no trilho. Só assim será possível resgatar a confiança da população e colocar o Brasil no rumo do desenvolvimento sustentável“.
Matéria: Gilberto Cruz
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