O Halloween está chegando — e com ele, começam a surgir histórias estranhas, macabras… daquelas que fazem a gente se perguntar: será que o sobrenatural realmente existe? Essa dúvida passou pela cabeça dos funcionários do Castelo de Chester, em Cheshire, na Inglaterra, depois de um incidente curioso na propriedade. Certo dia, a sala de controle de segurança do castelo detectou movimentos estranhos no terreno. Como manda o protocolo, um dos seguranças foi acionado para verificar se havia algum intruso e garantir que tudo estava em ordem. Ao chegar ao local, o guarda teve a sensação de que “centenas de olhos” estavam observando-o. Dentro do carro, o seu cão — normalmente corajoso e “do tamanho de um pequeno urso” — encolheu-se, começou a gemer baixinho e se recusou a sair do veículo. O segurança ficou “genuinamente apavorado”: não havia ninguém lá. Mesmo assim, a sala de controle insistiu que havia detectado movimento. Apesar do medo, ele refez a ronda, sem encontrar nada. Mais tarde, ao revisar as imagens, a equipe descobriu o motivo do alerta: uma figura encapuzada, aparentemente sem rosto, caminhando pela chuva. A história foi contada pela English Heritage, agência de preservação cultural responsável pelo castelo e por diversos monumentos históricos na Inglaterra, em entrevista ao The Guardian. A instituição não confirmou que a figura seria um fantasma… mas também não negou. A imagem, aliás, ilustra o topo do artigo original. Relatos de fantasmas se espalham pelo país O vídeo foi captado após a English Heritage pedir que funcionários relatassem experiências estranhas — sons inexplicáveis, aparições ou fenômenos em propriedades históricas. O pedido fazia parte de uma campanha de Halloween, criada para atrair o público aos monumentos. Contudo, a resposta dos trabalhadores foi além do esperado. Em Belsay Hall, em Northumberland, foi encontrada uma mão humana — apenas a mão, sem qualquer sinal do resto do corpo. Em Bedfordshire, próximo a Wrest Park, funcionários afirmam ter visto um grupo de soldados desaparecendo na floresta ao redor. E na escadaria da propriedade, mesmo depois de todos os visitantes irem embora, ouve-se constantemente o som de uma bola quicando. A cerca de duas horas dali, no Castelo de Bolsover, em Derbyshire, os funcionários relatam ouvir música de piano vinda das paredes — embora não exista nenhum piano no local. E esse não é um caso isolado. A gerente da propriedade, Louise Fountain, contou que há tantos relatos semelhantes que o castelo mantém um “caderno de fantasmas”, onde visitantes e funcionários podem registrar suas experiências sobrenaturais. “Temos um livro de fantasmas”, contou Louise. “Assim, quando as pessoas dizem que viveram algo estranho, nós registramos — e às vezes, elas até desenham o que viram.” “Já tivemos visitantes passeando pelos jardins que, de repente, sentiram a mão de uma criança segurando a deles — o que é muito assustador”, acrescentou. “Alguns até dizem que foram empurrados… por ninguém.” “Histórias de fantasmas ajudam a entender nossa relação com os mortos e com o passado” O curador de história da English Heritage, Michael Carter, explicou que esses relatos fazem parte de uma tradição secular de histórias de fantasmas associadas a locais históricos na Inglaterra. “Isso não é apenas uma coleção de histórias modernas. As pessoas podem acreditar ou não em fantasmas, mas, como historiador, vejo uma nova e extraordinária evolução da tradição de narrativas sobrenaturais associadas a ruínas e lugares históricos — algo que remonta ao século XVI”, afirmou. Carter contou que seu próprio avô foi zelador do Abbey House Museum, em Kirkstall Abbey, Leeds — outro local histórico. “Quando trabalhava à noite, ele levava sua cadela pequinesa, e ela sempre ficava parada no fim de uma escada em espiral, rosnando para o topo. Eu ouvi essa história antes mesmo de entrar na escola, e ela me marcou. Demorei muito para conseguir subir aquela escada”, recordou. O historiador concluiu dizendo que contar histórias de fantasmas é uma forma simbólica de compreender nossa relação com os mortos e com o passado. Essas narrativas, explicou ele, nasceram como alertas para afastar saqueadores de locais sagrados — dizendo que os espíritos puniriam quem profanasse tais lugares. No século XVIII, com o surgimento da arte gótica, as ruínas inglesas passaram a ser associadas a essas histórias de assombração — tradição que logo se espalhou também pela literatura, com obras como Drácula, de Bram Stoker.
Fantasma? Câmaras de vigilância de castelo inglês captam figura sem rosto
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