Fazenda ‘não vê com bons olhos’ ajuda aos Correios com aportes do Tesouro, diz secretário

Fazenda ‘não vê com bons olhos’ ajuda aos Correios com aportes do Tesouro, diz secretário

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou nesta terça-feira (17) que o governo não “vê com bons olhos” a possibilidade de aportes diretos do Tesouro Nacional para socorrer financeiramente os Correios. A estatal acumula prejuízos bilionários diante do aumento das despesas e da queda das receitas. “O Ministério da Fazenda, com a preocupação de ter empresa pública hígida, está disposto a ajudar. Mas não há nenhum encaminhamento sobre aporte do Tesouro Nacional”, disse Durigan, em entrevista coletiva sobre o Relatório Bimestral, que detalha previsões de receitas e despesas do Executivo. Em meio à crise com Lula, União Brasil pressiona pelos Correios e Banco do Brasil Duas frentes de ação Durigan destacou que o governo trabalha em duas linhas para tentar estancar as perdas. A primeira foi a troca no comando da estatal: na semana passada, o Conselho de Administração aprovou o nome do economista Emmanoel Schmidt Rondon para a presidência da empresa. A posse deve ocorrer ainda nesta semana. Em paralelo, está em elaboração um plano emergencial para ser iniciado ainda em 2025, além de uma estratégia de médio e longo prazo. Segundo Durigan, banqueiros cobraram do governo prioridade no enfrentamento da crise durante reunião recente. “O governo tem interesse em dar suporte”, afirmou o secretário, relatando que ouviu apelos para que a estatal não fique “à deriva”. Secretário executivo da Fazenda, Dario Durigan. — Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda Prejuízo recorde Os Correios registraram prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, três vezes maior que o de igual período de 2024. O rombo foi agravado no segundo trimestre, quando as perdas chegaram a R$ 2,6 bilhões — quase cinco vezes o registrado entre abril e junho do ano passado (R$ 553,1 milhões). No primeiro trimestre, o resultado já havia sido negativo em R$ 1,7 bilhão, o pior início de ano desde 2017. Entre janeiro e junho, a estatal acumulou R$ 3,4 bilhões em despesas administrativas, que incluem gastos com pessoal e precatórios. O montante representa alta de 74% em relação ao mesmo período de 2024. Parte do aumento se deve ao reajuste salarial concedido a mais de 55 mil funcionários e ao crescimento das dívidas judiciais.

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