“Há 100 aeroportos no Brasil que só a Azul opera. Mas tive que fechar algumas dessas cidade porque não tinha demanda suficiente e o que vai trazer benefício para o consumidor é mais cidades atendidas e mais conectividade, então isso que estamos prevendo com essa fusão”, declarou. O executivo também afirma que uma das oportunidades do negócio é conectar mais aeroportos regionais com os grandes terminais –como Congonhas, Brasília e Belo Horizonte. “Acho que o Brasil ainda tem muito pouco viajante, ainda tem destinos que não estão se conectando com Congonhas, Belo Horizonte e Brasília. Então, acho que isso vai fazer com que possamos destinar mais cidades e ter mais conectividade”, disse. Movimentação no fim de 2024 nos aeroportos pode ter ultrapassado 2023 Na última quarta-feira (15), a Azul e a controladora da Gol, a Abra, anunciaram a celebração de um “memorando de entendimento”, sinalizando que pretendem realizar uma fusão. Para o negócio ser concluído, falta: celebrar os acordos definitivos; obter aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac); concluir o plano de recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos. 🔍 O Cade é a instituição brasileira responsável por analisar a compra e venda de empresas relevantes, de forma a evitar abuso de poder de mercado –como aumento de preços e barreira à entrada de novas companhias. Avião da Azul — Foto: Arquivo/Agência Pará Ao g1, Rodgerson disse que já iniciou as tratativas com o Cade, mas que os acordos definitivos só devem ser assinados em abril, quando a Gol sair do processo de recuperação judicial. O executivo explicou que as marcas Gol e Azul devem permanecer separadas, embora as empresas passem a pertencer a um mesmo grupo econômico, com uma mesma controladora. Diálogo com o governo Os representantes da Azul e da Gol devem se encontrar na próxima semana com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, para conversar sobre a fusão. No dia seguinte ao anúncio, o ministro disse encarar o negócio como uma “federação partidária” e que não vai permitir aumento de tarifa. Especialistas consultados pelo g1 apontam o aumento do preço das passagens como uma consequência provável dessa operação. Além disso, os economistas veem mais barreiras à entrada de novas companhias aéreas. “Nós estamos falando a respeito disso [da fusão] há muito tempo com o governo. O que o governo quer é o mesmo que queremos: mais pessoas voando, mais aeronaves no ar. Ainda tem muita aeronave parada, que deveria estar voando, então acreditamos que o ministro vai cobrar isso, colocar mais oferta nas cidades”, afirmou Rodgerson.