O governo de Israel voltou a ameaçar a tomada da Faixa de Gaza e a remoção da população palestina do local. O ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich, foi um dos políticos que externalizou os planos de dominar a região.As falas acontecem pouco depois do Congresso israelense aprovar uma medida que permite ao primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, ampliar operações militares na região.“Gaza será totalmente destruída, os civis serão enviados para o sul, para uma zona humanitária sem Hamas ou terrorismo, e de lá começarão a sair em grande número para outros países”, afirmou Smotrich durante uma conferência do jornal israelense Makor Rishon sobre assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada.O ultranacionalista israelense disse que a transferência deve durar seis meses.Netanyahu também reforçou a ideia de deslocar os palestinos para o sul pouco depois de seu gabinete de segurança aprovar o aumento da presença militar em Gaza.O premiê convocou soldados da reserva para o que chamou de “operação intensificada”.“Estamos às vésperas de uma grande entrada em Gaza com base na recomendação do Estado-Maior”, disse Netanyahu, acrescentando que oficiais militares lhe disseram que era hora de “iniciar os movimentos finais”.Organismos internacionais como a ONU condenam os planos de Israel e reforçam que a remoção dos palestinos da região é ilegal, além de poder ser classificada como uma “limpeza étnica”.O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, se diz “chocado” pelas ideias expansionistas do governo de Benjamin Netanyahu.A ONU também critica um plano de Israel para retomar o acesso de ajuda humanitária à Gaza. Tel Aviv bloqueou a entrada de remessas à região por dois meses.O projeto de Netanyahu seria monitorar e distribuir os produtos a centros dentro de Gaza. Entidades ligadas aos direitos humanos temem que isso deixe os israelenses ainda mais próximos de garantirem o domínio militar sobre o território.Ao mesmo tempo, o exército de Israel manteve ataques ao local nesta semana. Um bombardeio atingiu um complexo escolar que abrigava pessoas que perderam suas casas e deixou ao menos vinte mortos.Israel afirmou que o ataque foi a um “centro de comando do Hamas”, tentando evitar ferir civis não envolvidos no conflito.