Governo Lula vê brecha para realinhar relação com Senado após decisão de Gilmar sobre impeachment

Governo Lula vê brecha para realinhar relação com Senado após decisão de Gilmar sobre impeachment

(FOLHAPRESS) – Uma ala majoritária do governo Lula (PT) avalia que o debate deflagrado nesta quarta-feira (3) após a decisão de Gilmar Mendes sobre impeachment de ministros tira a sucessão no STF (Supremo Tribunal Federal) do foco, permitindo ao Palácio do Planalto realinhar sua relação com o Senado.Há, inclusive, quem defenda no governo um gesto de solidariedade de Lula ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para desobstruir os canais de comunicação com o parlamentar. Segundo aliados, Lula já manifestava intenção de procurar Alcolumbre na volta de sua viagem ao Nordeste. O presidente do Senado também vinha sendo aconselhado a reabrir os canais de comunicação com o governo. Nas conversas com Alcolumbre, seus interlocutores chegam a citar o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha como um exemplo de que não se deve pôr uma faca no pescoço de um presidente da República. Cunha conduziu o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, mas pagou um preço político por isso. Apesar da disposição de procurar Alcolumbre, Lula reitera que a indicação do ministro do STF é uma prerrogativa do presidente da República. A tensão entre Planalto e Senado em torno da indicação de Jorge Messias para o Supremo aumentou nos últimos dias e culminou no cancelamento da sabatina prevista inicialmente para o dia 10. Alcolumbre anunciou a iniciativa na terça (2) em plenário. Nesta quarta, no entanto, a decisão de Gilmar sobre a Lei de Impeachment virou o centro das atenções no Congresso, principalmente no Senado, encarregado de sabatinar e aprovar indicados ao STF, além de conduzir processos que podem resultar no impedimento de ministros. Embora alguns aliados avaliem que essa situação possa impactar a candidatura de Messias, articuladores do Planalto têm a expectativa de que o ambiente desanuvie durante o fim do ano e o Carnaval. Esses aliados apontam fevereiro como um mês ideal para a sabatina. Um aceno aos senadores veio na noite da própria quarta, quando o órgão chefiado pelo indicado de Lula, a AGU (Advocacia-Geral da União), pediu a Gilmar que reconsidere sua decisão e, caso o ministro não acate, que o tribunal se manifeste a respeito. Um aliado do Planalto, o senador Humberto Costa (PT-PE) criticou a decisão de Gilmar, lembrando que ela ocorre em um momento de tensão. Segundo o petista, o direito ao pedido de impeachment não poderia ser restrito. Ele concorda, porém, com a ampliação do quórum exigido para esse afastamento de autoridades de seus cargos. A decisão de Gilmar Mendes desencadeou uma série de manifestações de apoio a Alcolumbre no plenário do Senado durante a sessão de quarta-feira. Os pronunciamentos incluíram senadores tanto governistas como opositores, como Eduardo Braga (MDB-AM), Omar Aziz (PSD-AM), Rogério Marinho (PL-RN) e Randolfe Rodrigues (PT-AP). O presidente do Senado fez dois pronunciamentos no plenário depois da decisão de Gilmar, na qual criticou tanto a medida do ministro do STF quanto a estratégia usada pelo governo federal para aprovar Messias para o STF -adiar o envio da mensagem que dá início à tramitação até ter certeza que há votos suficientes para a aprovação, o que levou Alcolumbre a cancelar a sabatina e a votação decisiva. O senador reclamou de críticas que sofreu por seu descontentamento com a indicação de Messias. Alcolumbre, assim como diversos senadores, queriam que o escolhido fosse Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Alguns governistas passaram a acusar o presidente do Senado de tentar tomar a decisão no lugar do chefe do governo. “Em nenhum momento nenhum de nós, senadores e senadoras, tentamos usurpar as prerrogativas do presidente da República de fazer a indicação de um membro do Supremo Tribunal Federal”, declarou Alcolumbre. Ele mencionou a possibilidade de o Senado rejeitar o escolhido de Lula. O relator da indicação de Messias, senador Weverton Rocha (PDT-MA), responsável por recomendar voto a favor ou contra a aprovação e um dos principais articuladores a favor do escolhido de Lula, disse que se esforçará para impedir que a reação à decisão de Gilmar Mendes prejudique o indicado.”Ela soma um ambiente de mau-humor na Casa, mas isso eu vou fazer o possível para não vincular”, disse o relator. Lula: queda da pobreza está ligada à menor inflação e maiores salários De acordo com o IBGE, em um ano, 8,6 milhões de brasileiros deixaram a pobreza, e 1,9 milhão saíram da miséria, mostrando o crescimento econômico do país Agência Brasil | 19:45 – 03/12/2025

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