No ano passado, foram importados 104.729 veículos, dos quais 94.930 eram carros elétricos ou híbridos. Isso representa 90,6% das importações. Dos 178.430 veículos eletrificados emplacados no Brasil em 2024, 53,2% foram importados. A divisão por marca mostra como a BYD dominou o mercado de importados, e comercializou quase 2,8 vezes mais que todas as outras 10 maiores montadoras somadas. (veja no gráfico abaixo) Mesmo com o domínio dos elétricos e híbridos em 2024, a Abeifa diz que o mercado dos automóveis a combustão não está ameaçado, já que o comprador não deixou de lado um modelo exclusivamente movido a gasolina ou etanol — este comprador já começou a pensar no carro elétrico, sequer considerou outro tipo de tração. Por outro lado, a entidade entende que os eletrificados passarão a tomar parte do mercado do modelo a combustão no momento em que a frota nacional alcançar o número de 1 milhão de veículos vendidos, o que deve acontecer entre o último trimestre de 2026 e três primeiros meses de 2027. “De outro lado, na segunda quinzena de março, o dólar bateu acima dos R$ 5 e no penúltimo dia de novembro ultrapassou a barreira dos R$ 6. Ainda assim, as associadas à entidade conseguiram chegar às 103.091 unidades importadas comercializadas, com desempenho positivo de seis das dez marcas filiadas”, complementa. A Abeifa aponta que, mesmo com crescimento tão vertiginoso, os veículos importados ainda respondem por apenas 4,2% de todas as vendas de automóveis no Brasil. Como trocar o filtro de ar? Projeções para 2025 Marcelo Godoy, presidente da Abeifa, acredita que o mercado de veículos importados deve crescer 5% em 2025, e alcançar cerca de 130 mil unidades, mesmo com o início de fabricação de eletrificados chineses no Brasil. A BYD, por exemplo, vai montar o Dolphin Mini e o Song Pro em Camaçari (BA) a partir de agosto, com capacidade de produzir até 300 mil veículos. O ponto servirá tanto para exportação, como para fornecer os carros vendidos no Brasil. A GWM também começará a produção nacional durante o primeiro semestre de 2025, em Iracemápolis (SP). O primeiro carro será o SUV Haval H6, mas existem promessas de mais modelos, incluindo até a picape Poer, que terá como maior concorrente a BYD Shark. A marca promete contratar 700 funcionários durante o primeiro semestre de 2025, e deve atingir 60% dos itens do carro com fabricação local. A capacidade da fábrica será mais modesta, com 20 mil veículos por ano. Uma ampliação e modernização já estão prometidas para os próximos três anos, passando para 50 mil carros fabricados. A GAC Motors, Omoda e Jaecoo também estão na lista das marcas chinesas com fabricação no Brasil para 2025. “O futuro próximo do setor de importação veicular ainda está incerto. Mas arrisco a dizer que podemos prever um crescimento de 5% em 2025, alicerçado em bases factíveis como o aumento expressivo de novos produtos, recheados de novas tecnologias”, aponta Godoy. “De qualquer maneira, registro aqui o nosso desagravo em relação às medidas alfandegárias e suspensão de incentivos de impostos municipais de veículos importados eletrificados, já que estes são os primeiros a contribuir com o processo de descarbonização do setor automotivo brasileiro”, complementa o executivo. A renovação de frota de empresas de locação de veículos deve auxiliar o crescimento das importações em 2025, segundo a Abeifa. Essa reportagem está em atualização.