IPCA-15: preços sobem 0,20% em novembro, um pouco acima das expectativas do mercado

IPCA-15: preços sobem 0,20% em novembro, um pouco acima das expectativas do mercado

No acumulado do ano, o IPCA-15 registra alta de 4,15%. Nos últimos 12 meses, a variação é de 4,50%, abaixo dos 4,94% observados nos 12 meses anteriores. Já em novembro de 2024, o índice havia ficado em 0,62%. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Entre os nove grupos avaliados, sete apresentaram aumento em novembro. O destaque do mês foi Despesas pessoais, que registrou a maior alta, de 0,85%, contribuindo com 0,09 ponto percentual para o resultado geral. Na sequência apareceram Saúde e Cuidados Pessoais, com avanço de 0,29%, e Transportes, que subiu 0,22% — ambos adicionando 0,04 ponto percentual ao índice. Os demais grupos variaram entre a queda de 0,20% observada em Artigos de residência e o aumento de 0,19% em Vestuário. Veja abaixo a variação dos grupos em novembro: Alimentação e bebidas: 0,09%Habitação: 0,09%Artigos de residência: -0,20%Vestuário: 0,19%Transportes: 0,22%Saúde e cuidados pessoais: 0,29%Despesas pessoais: 0,85%Educação: 0,05%Comunicação: -0,19% O que influenciou a prévia da inflação O grupo Despesas pessoais (0,85%) registrou a maior alta do mês, impulsionado principalmente pelos aumentos em hospedagem (4,18%) e pacote turístico (3,90%). Em Saúde e cuidados pessoais (0,29%), o item que mais influenciou o resultado foi o plano de saúde, que avançou 0,50%. No caso de Transportes (0,22%), o destaque ficou com as passagens aéreas, que subiram 11,87% e tiveram o maior impacto individual do mês (0,08 p.p.). Apesar disso, houve queda de 0,46% no grupo de combustíveis. Só o gás veicular teve alta (0,20%). Já os outros combustíveis registraram redução: etanol (-0,54%), gasolina (-0,48%) e óleo diesel (-0,07%). Depois de cinco meses de recuo, Alimentação e bebidas, o grupo de maior peso no índice, voltou ao campo positivo com alta de 0,09%. A alimentação no domicílio continuou negativa (-0,15%), puxada por quedas no leite longa vida (-3,29%), no arroz (-3,10%) e nas frutas (-1,60%). Por outro lado, alguns itens subiram, como batata inglesa (11,47%), óleo de soja (4,29%) e carnes (0,68%). A alimentação fora do domicílio (0,68%) acelerou na comparação com outubro (0,19%). A refeição passou de 0,06% para 0,56%, enquanto o lanche avançou de 0,42% para 0,97%. No grupo Habitação, houve leve desaceleração, com a variação passando de 0,16% para 0,09% entre outubro e novembro. A principal influência negativa veio da energia elétrica residencial, que reduziu o ritmo de queda — de -1,09% para -0,38% — mesmo com a bandeira tarifária vermelha patamar 1 em vigor, adicionando R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos. Entre os itens que subiram dentro de Habitação, chamam atenção o condomínio (0,38%) e o aluguel residencial (0,37%). Resultado um pouco acima das expectativas Para os economistas, a prévia da inflação de novembro mostrou um avanço um pouco acima do esperado, mas ainda dentro de um cenário de desinflação que vem se firmando ao longo dos últimos meses. Carlos Thadeu, economista de inflação e commodities da BGC Liquidez, aponta que o principal motivo da diferença foi o grupo de serviços, que subiu mais do que o previsto e registrou 0,66% ante 0,39% esperado, influenciado por itens mais voláteis como passagem aérea e alimentação fora de casa. “Parte dessa pressão, porém, foi atenuada pela surpresa desinflacionaria de Industriais -6 bps, tendência que vem se repetindo em outras leituras”, diz o economista da BGC Liquidez. Mesmo com a surpresa nos serviços, Thadeu avalia que o quadro geral continua relativamente estável. “Itens subjacentes em linha e industrial mais fraco reverteram parte do ‘susto’ causado pela alta de alimentação fora e passagens aéreas”, afirma. Para os próximos meses, o economista espera algum alívio, já que Passagem Aérea deve ser revisado para baixo. “O efeito do ‘esquenta Black Friday’ será visto na plenitude no IPCA fechado de novembro, refletindo mais promoções registradas na coleta do índice.” A leitura de Lucas Barbosa, economista da AZ Quest, reforça essa visão de continuidade do processo desinflacionário. Ele destaca que o IPCA-15 avançou em linha com expectativa e que o índice está entrando no limite da meta de inflação. Apesar do alívio em bens e alimentos, Barbosa ressalta que os serviços continuam sendo o componente mais pressionado da inflação. O economista também menciona efeitos locais sobre os preços. “Sobretudo em Belém, onde a realização da COP elevou preços de hospedagem, transporte e alimentação na região. De alguma forma o IBGE acabou capturando essa essa alta de preços, que foi bastante comentado no noticiário”, afirma. Gerenciar bem as finanças pessoais e reduzir despesas desnecessárias são alguns hábitos importantes para se adotar em família — Foto: Sicredi

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