As tarifas dos Estados Unidos sobre produtos japoneses, como carros e autopeças, devem ser reduzidas até 16 de setembro, afirmou nesta terça-feira (9) o negociador japonês Ryosei Akazawa. Segundo Akazawa, um documento do Registro Federal dos EUA, publicado em 9 de setembro, formalizou a ordem executiva do presidente Donald Trump sobre o acordo comercial EUA-Japão. Ele explicou, em coletiva de imprensa, que as tarifas revisadas entrarão em vigor sete dias após a publicação. A assinatura da ordem por Trump na semana passada reduziu dúvidas sobre o início da aplicação das tarifas mais baixas. No entanto, Akazawa reiterou nesta terça-feira que as negociações comerciais ainda não estão concluídas, já que o status de nação mais favorecida para produtos farmacêuticos e semicondutores não foi incluído na ordem. Uma declaração conjunta divulgada na semana passada afirmou que o Japão teria acesso às menores tarifas sobre chips e produtos farmacêuticos entre todos os acordos já firmados por Washington. Mesmo assim, Akazawa disse que o país continuará pressionando para que os EUA oficializem esse compromisso em uma ordem executiva. Questionado se o pacote de US$ 550 bilhões poderia financiar o acordo da Nippon Steel com a US Steel ou projetos do SoftBank Group, Akazawa respondeu que caberá aos EUA decidir quais iniciativas receberão recursos. A renúncia do premiê do Japão A medida ocorre um dia antes de seu Partido Liberal Democrata (PLD) decidir sobre a realização de uma votação interna para definir sua liderança, o que poderia tê-lo forçado a renunciar. O LDP governou o Japão durante a maior parte das últimas sete décadas, mas, sob o comando de Ishiba, perdeu a maioria na Câmara dos Deputados pela primeira vez em 15 anos e, em julho, perdeu a maioria no Senado. O Japão, a quarta maior economia do mundo e um importante aliado dos Estados Unidos, agora enfrenta um período de incerteza política, com o aumento das tensões com a China e o aumento da insegurança regional. Um funcionário ajeita a bandeira dos EUA ao lado da bandeira japonesa pouco antes de entrevista coletiva do presidente eleito Donald Trump com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, após reunião em Manhattan, Nova York — Foto: Andrew Kelly/Reuters