Um juiz equatoriano determinou nesta segunda-feira (19) que o ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas será julgado por suposto desvio de fundos destinados à reconstrução de áreas afetadas pelo terremoto de 2016 no país.Glas, que foi vice do ex-presidente equatoriano Rafael Correa, está preso desde abril, após ser retirado à força da embaixada mexicana em Quito, onde estava asilado. Ele já tinha sido condenado por suposta participação em um caso de corrupção da empreiteira Odebrecht no país.O novo julgamento se deve à acusação do Ministério Público equatoriano de que o Comitê de Reconstrução e Reativação Produtiva e de Emprego, presidido por Glas entre 2016 e 2017 para recuperação de Manabí, província do Equador afetada pelo terremoto, priorizou projetos em detrimento do plano de reconstrução das áreas afetadas.A promotoria também afirma que Glas tomou decisões sem o conhecimento nem a aprovação dos demais membros do Comitê. O então secretário técnico do organismo, Carlos Andrés Bernal, e outros sete integrantes da administração de Correa também são acusados pelo MP e irão ao banco dos réus.Glas estava asilado na embaixada mexicano em Quito até abril do ano passado, após receber um habeas corpus. Ele voltou a ser preso, no entanto, quando as forças policiais do Equador invadiram o local e o prenderam.A ação, ordenada pelo presidente Daniel Noboa, foi amplamente questionada e gerou repúdio internacional por violar a Convenção de Viena, que garante a inviolabilidade das sedes diplomáticas.O ex-vice-presidente afirma ser vítima de perseguição política. Em sua última decisão, no entanto, a Corte Nacional de Justiça do país determinou que a invasão foi “legítima”.