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Lula ignora projeção menor feita pelo Banco Central e diz que Brasil pode crescer 3% em 2025

por Redação
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Enquanto o relatório de política monetária divulgado nesta quinta-feira (27) pelo BC reduziu a estimativa de crescimento do PIB – de 2,1% para 1,9% – para este ano, o petista tem dito que o país crescerá mais do que 2,5%, podendo até repetir 2024 e crescer 3% novamente. A expectativa do presidente é mais uma demonstração de que o governo Lula e o Banco Central estão caminhando em direções contrárias. Lula cumpre o seu papel ao tentar gerar uma agenda positiva no país. O problema é quando ele toma medidas que podem prejudicar o trabalho de contenção do crédito adotado pelo BC para reduzir a inflação. No relatório divulgado nesta quinta, o BC prevê que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 5,1% ao final de 2025. A projeção foi elevada em relação à anterior, que era de 4,5%. Positiva de um lado, porque reduz os juros para os trabalhadores CLT, de outro, pode ser negativa para a inflação ao jogar mais dinheiro na economia a partir do endividamento das famílias. Em entrevista durante a divulgação do relatório, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que a nova medida ainda não foi considerada nos cálculos do BC. Motivo: eles ainda vão esperar os seus efeitos práticos. Se representar aumento do fluxo de crédito na economia, o programa do governo pode exigir do BC uma dose mais forte no aumento dos juros. Se levar mais a uma substituição de dívida velha, com juros mais alto, por uma dívida nova, com juros mais baixos, o efeito não é preocupante. O governo Lula não ficou apenas nesta medida. Decidiu liberar o saldo do FGTS bloqueado para quem havia feito o saque aniversário. Quando um trabalhador faz essa operação, seu saldo fica retido por dois anos em caso de demissão. Lula alterou essa regra, o que pode injetar até R$ 12 bilhões na economia. Ou seja, mais dinheiro circulando pode representar mais inflação, o que o Banco Central tem combatido. O fato é que duas forças contrárias podem se anular. Ou demandar que uma seja mais forte do que a outra para vencer a batalha. Se o governo seguir insistindo em medidas para estimular o crescimento, pode reduzir o efeito da atual política monetária do BC, que subiu na semana passada a taxa Selic de 13,25% para 14,25% ao ano. Ou então vai exigir juros mais altos para segurar o crédito e a inflação.

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