Home » Lupi já entrou em reunião com Lula sabendo que deixaria o ministério; tom da conversa foi cordial

Lupi já entrou em reunião com Lula sabendo que deixaria o ministério; tom da conversa foi cordial

por Redação
0 comentário
lupi-ja-entrou-em-reuniao-com-lula-sabendo-que-deixaria-o-ministerio;-tom-da-conversa-foi-cordial

O ex-titular da Previdência anunciou que estava deixando o governo logo após a reunião, no fim da tarde desta sexta-feira (2). O pedido de demissão ocorre na esteira das fraudes do INSS, que desviaram dinheiro de aposentados. As conversas para sucessão do ministro vinham ocorrendo há pelo menos dois dias, e o diagnóstico era claro: a permanência de Lupi no comando do Ministério da Previdência havia se tornado insustentável. O argumento que o convenceu a sair não veio apenas de aliados dentro do PDT, mas especialmente de integrantes do próprio governo. A avaliação era a de que, mesmo com mudanças no INSS, o peso político das fraudes identificadas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) continuaria recaindo sobre Lupi. Isso porque ele indicou o presidente do instituto, e durante sua gestão o número de irregularidades cresceu exponencialmente. Lupi pede demissão do cargo de ministro da Previdência Tom cordial com Lula A conversa com o presidente Lula foi descrita como amena e politicamente cordial. Lula abriu espaço para que Lupi fizesse pedidos, e a saída será publicada no Diário Oficial da União como “demissão a pedido”. Nos bastidores, porém, aliados admitem que Lupi resistiu à decisão. Ele não queria deixar o cargo, mas reconheceu que a crise se agravou a ponto de não haver mais alternativas. Ficou acordado que Lupi comunicaria pessoalmente sua saída, e que a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) não faria uma nota oficial sobre o episódio. Ministro da Previdência, Carlos Lupi, fala Comissão de Previdência, Assistência Social da Câmara sobre as fraudes do INSS. — Foto: Ton Molina/FotoArena/Estadão Conteúdo Sucessor do PDT Durante a reunião, ficou decidido que o PDT continuará na base aliada do governo. O novo ministro será Wolney Queiroz, ex-deputado federal do PDT e número dois de Lupi no Ministério da Previdência. O governo não quer perder o PDT na base. Apesar de ser um nome do mesmo partido, a escolha de Wolney pode trazer novos problemas para o governo. Isso porque ele participou de reuniões nas quais poderiam ter sido discutidas as fraudes no INSS — mas não foram. O envolvimento, mesmo que indireto, levanta dúvidas sobre sua capacidade de afastar a crise. Crise continua A saída de Lupi não encerra a crise. O governo ainda precisa apresentar um plano efetivo de ressarcimento às vítimas dos descontos indevidos nas aposentadorias e pensões. Enquanto isso não acontecer, a pressão política e social deve continuar.

você pode gostar