Integrantes do mercado que têm interlocução com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmaram ao blog que, para ter credibilidade, esse pacote precisa indicar cortes entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões nos gastos públicos. A ideia é que o tamanho do ajuste fiscal fique em torno de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Lula se reúne com presidentes de bancos em meio a discussão sobre corte de gastos; Bruno Carazza comenta Nesta segunda-feira (29), Haddad já teve uma primeira reunião com o presidente Lula para tratar do assunto. A equipe econômica quer fechar as medidas até o início de novembro – e aprová-las ainda neste ano no Congresso Nacional. Segundo assessores da ministra do Planejamento, Simone Tebet, duas medidas já seriam suficientes para gerar uma economia de R$ 48 bilhões no próximo ano – R$ 20 bilhões em uma, R$ 28 bilhões em outra. As medidas ainda não foram detalhadas, mas devem atingir áreas como o pagamento do abono salarial, do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e do seguro-desemprego. O governo trabalha para fechar o ano que vem com um déficit primário zero – ou seja, gastar exatamente o que arrecadar, sem aumentar a dívida pública federal. No cenário ideal, seria possível considerar até um pequeno superávit primário: receitas levemente acima das despesas, sem considerar o pagamento de juros da dívida. A equipe econômica passou a analisar a redução das despesas estruturais depois de concluir que a busca de um ajuste fiscal por meio de aumento de receitas está praticamente esgotada. Ou seja: após meses elevando a arrecadação, agora seria hora de encarar o temido corte de gastos. Miriam Leitão: Governo estuda corte de gastos depois das eleições