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Milei teve ‘muita ajuda’ dos EUA para vencer eleições legislativas, diz Trump

por Folhapress
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (27) que seu homólogo na Argentina, Javier Milei, contou com “muita ajuda” de Washington para obter a vitória surpreendente nas eleições legislativas da véspera, cujos resultados fortaleceram o líder ultraliberal e seus correligionários mesmo após uma sequência de crises. Em viagem à Malásia, Trump celebrou o resultado, que descreveu como uma “grande vitória” e algo “muito positivo” para toda a região. “Ele [Milei] teve muita ajuda nossa. Eu dei a ele um endosso, um endosso muito forte”, disse o republicano, mencionando também a atuação de integrantes de sua equipe, entre eles o secretário do Tesouro, Scott Bessent, responsável por supervisionar o apoio financeiro a Buenos Aires. “Estamos mantendo o compromisso com vários países da América do Sul. Temos um foco muito forte na América do Sul”, acrescentou o presidente americano. Antes do pleito, Milei teve de apelar ao líder americano para evitar uma crise cambial em seu país. Segundo Trump, o governo americano ofereceu um pacote de resgate financeiro que pode chegar a US$ 40 bilhões com o objetivo de impulsionar o ultraliberal nas vésperas da votação. Com mais de 97% das mesas apuradas, o partido governista A Liberdade Avança obteve 40,8% do total de votos e 64 cadeiras na Câmara dentre as 127 que estavam em disputa -metade dos 257 assentos da Casa foi renovada. Do lado opositor, o peronismo, pelo Força Pátria nacional e regionais, conseguiu 31,6%, com 44 cadeiras; o Províncias Unidas teve 7,1%, ou 8 assentos; e a Frente de Esquerda, 4,8%, com 3 cadeiras vagas. Forças provinciais e outros grupos independentes ficaram com 15,7%, ou 8 vagas. O Senado tinha 24 das 72 vagas em disputa. A Liberdade Avança ganhou 13, o peronismo somou outras 6, e partidos regionais ficaram com as outras 5. O desempenho fortaleceu Milei para continuar com sua agenda de reformas econômicas radicais, mesmo diante de descontentamento popular com as medidas de austeridade. O apoio dos EUA incluiu um acordo de swap cambial de US$ 20 bilhões, já assinado, e a proposta de um fundo de investimento em dívida de mesmo valor. Segundo Trump, o pacote também trouxe ganhos aos EUA. “Ganhamos muito dinheiro com essa eleição porque os títulos argentinos subiram. A classificação de crédito deles melhorou”, afirmou, embora tenha acrescentado que o interesse americano “não é exatamente pelo dinheiro”. Bessent, que acompanhava o presidente americano na viagem, descreveu o auxílio como uma ponte para sustentar o projeto econômico de Milei. “Ele está enfrentando cem anos de más políticas”, disse o secretário. “Vai conseguir quebrar esse ciclo graças ao apoio dos EUA.” A agência Fitch Ratings avaliou, na semana passada, que a ajuda americana aos mercados argentinos evitou um rebaixamento da nota de crédito do país. Ainda assim, alertou que o país sul-americano precisa apresentar um plano mais amplo de reconstrução de reservas internacionais para alcançar uma eventual melhora em sua avaliação. O resultado positivo para Milei e seu partido foi registrado mesmo após crises que desgastaram a imagem da Casa Rosada nos últimos meses: da promoção de um criptoativo sem lastro pelo líder argentino aos áudios do ex-diretor da agência para pessoas com deficiência, sugerindo que Karina Milei, a irmã e braço-direito do presidente, fosse beneficiada em um esquema de propinas na compra de medicamentos. Antes do pleito, Milei chegou a interromper suas viagens de campanha pelas províncias para ir até a Casa Branca, onde recebeu apoio de Trump. O republicano chegou a condicionar sua ajuda ao resultado eleitoral, o que irritou parte da opinião pública e assustou o mercado. Leia Também: Bilionário amigo de Trump pagou militares durante o shutdown, diz jornal

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