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Moody’s eleva nota de crédito da Argentina em dois degraus e altera perspectiva para ‘estável’

por Redação
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A perspectiva da nota também foi alterada pela agência: passou de “positiva” para “estável”. Isso indica que serão necessários dados econômicos mais favoráveis para que haja uma nova melhora na classificação de crédito do país. “A elevação reflete nossa visão de que a ampla liberalização do câmbio e (em menor grau) dos controles de capitais, junto com um novo programa com o Fundo Monetário Internacional (FMI), apoiam a disponibilidade de moeda forte (dólar) e reduzem a pressão sobre as finanças externas”, afirmou a Moody’s em comunicado. “Isso reduz a probabilidade de um evento de crédito.” A perspectiva estável, acrescentou a agência, reflete o cenário de equilíbrio entre os avanços positivos e os desafios de crédito que persistem no país. A Moody’s aponta que o país ainda não conseguiu organizar bem suas contas externas e que as condições do comércio internacional não estão favoráveis, o que pode reduzir o superávit comercial — ou seja, fazer com que a Argentina exporte menos e acumule menos reservas em moeda estrangeira. Em 2020, a agência rebaixou a classificação de crédito do país, após as negociações para reestruturação da dívida serem interrompidas por conta da pandemia, aumentando o risco de calote. Já em janeiro deste ano, a Moody’s elevou a nota argentina para “Caa3” — o primeiro upgrade para a segunda maior economia da América do Sul em mais de cinco anos. Reformas de Milei A Argentina, que já vinha enfrentando uma forte recessão, passa por um grande ajuste econômico. Após tomar posse, em dezembro de 2023, Milei decidiu paralisar obras federais e interromper o repasse de dinheiro para os estados. Foram retirados subsídios às tarifas de água, gás, luz, transporte público e serviços essenciais. Com isso, houve um aumento expressivo nos preços ao consumidor. Nos último ano, porém, o governo conseguiu reduzir drasticamente a inflação, cuja taxa mensal ficou em 1,6% em junho. O país também observou uma intensificação da pobreza no primeiro semestre de 2024, com 52,9% da população nessa situação. No segundo semestre, o percentual caiu para 38,1% — um total de 11,3 milhões de pessoas. A insatisfação da população despertou protestos pelo país. Por outro lado, o presidente conseguiu uma sequência de superávits (arrecadação maior do que gastos) e a retomada da confiança de parte dos investidores. Um ano de Milei na Argentina: austeridade, queda do PIB e polarização política marcam 1º ano de mandato Nota brasileira No fim de maio, a Moody’s revisou perspectiva da nota de crédito do Brasil, que passou de “positiva” para “estável”. Apesar da mudança, o rating soberano do país foi mantido em Ba1, um nível abaixo do chamado grau de investimento — e seis degraus acima da nota argentina. Veja na tabela abaixo. A classificação brasileira indica um “grau especulativo”, o que, segundo as agências de risco, aponta que o Brasil está menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas segue enfrentando incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas. Veja as notas de crédito do Brasil (ratings) em todas as agências de risco — Foto: Kayan Albertin/Arte g1 Segundo a agência, a piora na perspectiva da nota brasileira ocorreu por conta da situação das contas públicas, especialmente pela “deterioração acentuada na capacidade de pagamento da dívida” do país. Além disso, a Moody’s citou: o avanço mais lento do que o esperado na redução da rigidez dos gastos públicos e na construção de credibilidade fiscal;a capacidade limitada do governo de reduzir significativamente as vulnerabilidades fiscais e estabilizar a dívida no curto prazo;e a estrutura da dívida pública, atrelada a juros variáveis e à inflação, o que torna o perfil fiscal altamente sensível às oscilações das taxas de juros. “A capacidade do governo de reduzir de forma significativa as vulnerabilidades fiscais e estabilizar o nível da dívida no curto prazo continua limitada pela rigidez dos gastos e pelo aumento dos custos de financiamento”, escreveu a agência na ocasião. Em nota emitida no mesmo dia, o Ministério da Fazenda reafirmou seu compromisso “com a melhoria contínua dos resultados fiscais e com o aprofundamento do processo de reformas estruturais, essenciais para garantir o maior crescimento econômico de longo prazo e assegurar o equilíbrio das contas públicas”. * Com informações da agência de notícias Reuters.

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