A morte do papa Francisco, após 12 anos de pontificado, marca o fim de uma era para a Igreja Católica e abre caminho para uma nova liderança que poderá ter impactos significativos no cenário geopolítico mundial.Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu na segunda-feira (21), aos 88 anos, em Roma. Segundo o Vaticano, a morte foi causada por um acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca.Para Alberto Pfeifer, coordenador-geral do Grupo de Análise de Estratégia Internacional em Defesa, Segurança e Inteligência da Universidade de São Paulo (DSI-USP), o sucessor do papa Francisco assumirá uma posição central no reordenamento global.Segundo Pfeifer, o novo pontífice terá o potencial de unir o mundo em torno de uma agenda comum ou, dependendo de seu perfil, agravar a fragmentação política mundial.“O papel da Igreja decaiu muito ao longo do século. A Igreja Católica ja foi a principal entidade política no final do período romano. Na Idade Média, era a grande proprietária de terras e dona das riquezas. Além de tudo, o direito canônico era o direito que ordenava as relações sociais e entre países durante boa parte daquela época. Com o aparecimento dos Estados contemporâneos, a Idade Moderna, a ‘idade da razão’, o direito passou a lidar com as questões entre os cidadãos e dos estados, e dos países entre si”, explica.“Mas o papel da Igreja continuou forte, principalmente no Ocidente e, mais que tudo, no momento contemporâneo da tecnologia da informação, a popularidade, o aspecto incônico da figura papal, inaugurada com João Paulo II e fortemente levado a cabo por Francisco I, assume uma posição central na atenção da opinião pública. Ele é capaz de alterar percepções, de arrastar multidões e de influenciar nas relações internacionais”, acrescenta.De acordo com Pfeifer, o papa argentino defendeu pautas progressistas, como a maior aceitação de minorias sexuais e raciais, a proteção dos imigrantes, e a defesa da paz mundial, consolidando sua imagem como uma figura influente na opinião pública global.“Francisco, o primeiro papa latino-americano, promoveu uma significativa mudança na dinâmica da Igreja ao incluir regiões tradicionalmente marginalizadas, nomeando cardeais na África e na Ásia. Seu pontificado foi marcado por tentativas de mediação em conflitos internacionais, como entre Ucrânia e Rússia, e entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza”, afirmou.O papel do novo papa em um mundo divididoO próximo pontífice assumirá o cargo em um contexto internacional complexo, marcado por divisões e pela ascensão de governos autocráticos, avalia o coordenador do DSI-USP.Pfeifer destaca que o novo papa poderá desempenhar um papel crucial, seja como um “galvanizador das atenções”, unindo pessoas de diferentes crenças em torno de uma agenda comum, ou potencialmente aprofundando as divisões existentes, dependendo de suas posições.“A escolha do sucessor de Francisco será de extrema importância não apenas para os católicos, mas para o equilíbrio das relações internacionais como um todo. As próximas semanas serão decisivas para determinar o rumo que a Igreja Católica tomará e seu impacto na ordem mundial contemporânea”, ressalta.Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNN. Clique aqui para saber mais.