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O futuro do império Armani: testamento revela quais gigantes da moda podem levar fatia do grupo

por Redação
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Armani nomeou os grupos LVMH, EssilorLuxottica e L’Oreal como seus compradores preferenciais, de acordo com trechos do testamento publicados pela imprensa italiana. “Encarrego a fundação a ceder uma participação de 15% na empresa entre 12 e 18 meses após a abertura do testamento”, que aconteceu na quinta-feira, afirma o documento assinado pelo estilista. A LVMH — dona da Louis Vuitton, Dior e Sephora — é uma das maiores empresas de luxo da Europa em valor de mercado. A companhia é liderada pelo bilionário francês Bernard Arnault, o oitavo mais rico do mundo com uma fortuna avaliada em US$ 162 bilhões, segundo índice da Bloomberg. A EssilorLuxottica e a L’Oréal são duas das maiores empresas globais em seus setores. A EssilorLuxottica atua no mercado óptico, resultado da fusão entre a Essilor, fabricante de lentes, e a Luxottica, fabricante de óculos de sol e armações, dona de marcas famosas como Ray-Ban e Oakley. Já a L’Oréal é a maior companhia de cosméticos do mundo, com sede na França. A empresa é dona de marcas como Lancôme, Maybelline, Garnier e L’Oréal Paris. O testamento de Giorgio Armani Embora Giorgio Armani tenha permanecido muito independente ao longo de sua vida, o novo acionista terá a possibilidade de assumir o controle do grupo, adquirindo entre 30% e 54,9% do restante do capital em um prazo de três a cinco anos. Se a venda não for concretizada, o estilista pediu que a empresa passe a ser cotada na Bolsa e que a Fundação Armani conserve 30,1% das ações. O estilista italiano deixou 100% da empresa para sua fundação. Esta será dirigida por seu companheiro e braço direito, Leo dell’Orco, e seus sobrinhos, que deverão tomar as decisões. A fundação terá 10% das ações da empresa e o restante em copropriedade, com 30% dos direitos de voto. Leo Dell’Orco terá 40% dos direitos de voto e os sobrinhos do estilista, Silvana Armani e Andrea Camerana, 15% cada um. Segundo o Wall Street Journal, os herdeiros terão de vender outra fatia entre 30% e 54,9% em um prazo de três a cinco anos. Caso a venda não ocorra, deverão realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO). O estilista também pediu que a empresa seja administrada “de forma ética, com integridade moral e correção”. Ele insistiu na “busca de um estilo essencial, moderno, elegante e discreto”, e com “atenção à inovação, à excelência, à qualidade e ao refinamento do produto”. Além da venda de parte do grupo, a fundação de Armani, agora peça-chave na sucessão do estilista italiano, vai propor o nome do novo CEO do grupo, informou a companhia nesta sexta-feira. Mesmo com a venda, a fundação ainda permanecerá com pelo menos 30% da empresa, “garantindo que os princípios criados por Armani sejam respeitados permanentemente”. O futuro do império de moda Apesar da desaceleração, a empresa segue altamente atrativa, segundo especialistas do setor. Ao longo dos anos, o criador dos icônicos ternos desconstruídos recebeu diversas propostas para a venda do grupo italiano de moda, incluindo uma em 2021 de John Elkann, herdeiro da família Agnelli, e outra da marca de luxo Gucci, quando Maurizio Gucci ainda liderava a empresa. Armani, considerado cauteloso pelo mercado em relação a rivais franceses, rejeitou repetidamente qualquer acordo que pudesse reduzir seu controle e recusou listar seu grupo na bolsa de valores. O estilista adotou medidas para assegurar a continuidade e a independência de seu negócio, que conduziu junto a familiares de confiança e uma rede de colaboradores de longa data. Ele deixa como herdeiros sua irmã mais nova, Rosanna, as sobrinhas Silvana e Roberta e o sobrinho Andrea Camerana, todos com funções importantes no grupo. Seu braço direito, Pantaleo Dell’Orco, também é considerado parte da família, e os cinco figuram como possíveis sucessores. Protegendo seu legado por meio de uma fundação Há mais de uma década, Giorgio Armani começou a planejar uma sucessão tranquila e a preservar a independência da empresa, o que o levou a criar uma fundação em 2016. O objetivo declarado da fundação era “proteger a governança” dos ativos do Grupo Armani e assegurar que eles permanecessem alinhados a princípios que eram “particularmente importantes” para Armani. Em 2017, o estilista disse ao jornal italiano Corriere della Sera que esse mecanismo era necessário para ajudar seus herdeiros a se entenderem e impedir que o grupo fosse comprado por terceiros ou dividido. A fundação atualmente possui uma participação simbólica de 0,1% no grupo com sede em Milão, mas, após sua morte, a fundação terá uma fatia maior, juntamente com os demais herdeiros, segundo ele mesmo disse em entrevista antes de sua morte. Ele também afirmou que três pessoas por ele indicadas administrariam a fundação. Armani redigiu ainda novos estatutos da empresa, a serem aplicados após sua morte, que estabelecem princípios de governança para os futuros herdeiros do grupo. Os estatutos estabelecem uma “abordagem cautelosa em aquisições” e dividem o capital social da empresa em várias categorias, com diferentes direitos de voto e poderes. O documento, porém, não esclarece como os diversos blocos de ações serão distribuídos. Eles também determinam que qualquer possível abertura de capital precisaria do apoio da maioria dos diretores e só poderia ocorrer “após o quinto ano da entrada em vigor deste estatuto”. O estilista italiano Giorgio Armani, ícone da moda mundial. — Foto: Reuters

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