Não se trata de ameaça vazia. Trata-se de um aviso sério, em defesa da dignidade de quem coloca a própria vida em risco todos os dias para proteger a sociedade.
Até quando o policial civil vai bancar o papel do Estado?
Há anos, policiais civis de Minas Gerais vêm tirando do próprio bolso para garantir o funcionamento mínimo das unidades:
- Consertam viaturas por conta própria;
- Compram papel, toner, materiais básicos;
- Aceitam “ajudas” de empresários ou cidadãos comuns para manter a estrutura funcionando.
Isso é inadmissível.
A Constituição é clara: é dever do Estado equipar a Polícia, garantir condições de trabalho e cuidar de seus servidores.
Não é papel de policial custear o serviço público. Não é papel de empresário ou da população substituir o governo.
Quando o próprio policial precisa pagar para trabalhar, algo está profundamente errado.
O que está em jogo
O SINDPOL/MG deixa claro:
se o governador Romeu Zema não se sentar à mesa para dialogar e apresentar soluções concretas, a orientação já está dada:
📌 Cumprir rigorosamente o que consta na cartilha distribuída pelo Sindicato.
Entre os principais pontos estão:
- ❌ Não consertar viaturas com recursos próprios;
- ❌ Não comprar papel, toner ou qualquer material para a unidade;
- ❌ Não assumir responsabilidades que são, exclusivamente, do Estado.
Isso não é “paralisação por capricho”.
É a defesa do mínimo de respeito com a categoria e com o próprio serviço prestado à população.
Não é favor, é direito
A Polícia Civil não pede favor.
Exige o básico:
- Estrutura adequada;
- Equipamentos de trabalho;
- Respeito à vida e à saúde dos policiais;
- Reconhecimento do papel fundamental na segurança pública.
Sem isso, quem perde não são apenas os policiais.
Perde a sociedade, que fica à mercê de um sistema fragilizado, sucateado e sobrecarregado.
A orientação é clara
Enquanto o governo permanecer em silêncio, o recado do SINDPOL/MG aos policiais civis de Minas Gerais é:
👉 Cumpra a cartilha.
👉 Não faça com recursos próprios aquilo que é obrigação do Estado.
👉 Não assuma o custo do descaso do governo.
O Estado precisa voltar a ser Estado
Chegou a hora do governador Romeu Zema assumir as responsabilidades que o cargo exige:
- Chamar o SINDPOL/MG para conversar;
- Reconhecer as demandas da categoria;
- Apresentar propostas concretas, não discursos vazios.
A Polícia Civil de Minas não aceita mais ser tratada como último plano.
O recado está dado, de forma firme e responsável:
ou o governo muda de postura, ou a “greve branca” se tornará uma realidade inevitável — fruto direto do abandono que hoje recai sobre a categoria.
Policial civil, a sua atitude hoje define o respeito que você receberá amanhã.
Não banque o que é obrigação do Estado. Cumpra a cartilha.
————
Matéria: Gilberto Cruz