Suspenso desde 2019, o Horário de Verão segue “em avaliação permanente”, mas o governo não considera sua retomada necessária no contexto atual do setor elétrico. Segundo o MME, o Horário de Verão foi criado com o objetivo de reduzir o consumo de energia elétrica, aproveitando melhor a luz natural ao adiantar os relógios em uma hora. Essa lógica perdeu força nos últimos anos. Com o uso crescente de ar-condicionado e outros aparelhos de refrigeração, o pico de consumo deixou de acontecer no início da noite e passou para as tardes mais quentes — período em que o Horário de Verão não traz benefícios ao sistema. “Como nos últimos anos houve mudanças no hábito de consumo de energia da população, deslocando o maior consumo diário de energia para o período da tarde, o Horário de Verão deixou de produzir os resultados para os quais essa política pública foi formulada, perdendo sua razão de ser aplicado sob o ponto de vista do setor elétrico”, destacou a pasta em nota. Economia não justifica medida Estudos encomendados pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) chegaram à mesma conclusão: os benefícios econômicos do Horário de Verão já não justificam sua adoção. “As conclusões obtidas, nestes estudos, convergiram para a constatação de que o Horário de Verão não mais produzia os resultados esperados de redução de consumo de energia elétrica.” O ministro Alexandre Silveira tem reiterado que o Horário de Verão só voltaria a ser considerado em caso de necessidade urgente, como escassez de energia durante períodos de seca. Atualmente, esse risco não preocupa o governo. O MME afirma que o sistema elétrico está preparado para atender à demanda até fevereiro de 2026, segundo avaliação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). As condições dos reservatórios também são consideradas positivas. O governo aposta em outras estratégias para garantir a estabilidade da rede elétrica. O CMSE discute ações como: aumentar a produção em hidrelétricas importantes, como Itaipu e as do rio São Francisco;e reduzir a vazão de usinas no Paraná, quando possível, para preservar os níveis dos reservatórios. Por isso, o governo avalia que não há necessidade de retomar o Horário de Verão como medida emergencial. selo fim do horário de verão — Foto: Arte/G1