Preço dos alimentos: saiba o que pode ficar mais barato ou caro em 2025, segundo especialistas

Preço dos alimentos: saiba o que pode ficar mais barato ou caro em 2025, segundo especialistas

Em 2024, os alimentos ficaram 7,7% mais caros em relação a 2023, de acordo com o IPCA, que é a inflação oficial. Mas a expectativa dos analistas é de que os preços desacelerem neste ano. ➡️ Mas que produtos deverão dar um alívio mais rápido para o bolso do consumidor e quais continuarão sendo “vilões” da inflação? Segundo os especialistas ouvidos pelo g1: de imediato, o consumidor pode esperar queda nos preços do óleo de soja e do leite. Em janeiro, a inflação desses alimentos já diminuiu;o valor da carne também desacelerou em janeiro, mas as fortes exportações do Brasil e a diminuição do ritmo de abates podem não trazer um alívio tão grande;café e laranja ainda seguirão com preços altos, diante de problemas com essas safras, entre outros motivos. O economista Roberto Mendonça de Barros, fundador e sócio da consultoria MB Associados, prevê que os preços dos alimentos encerrem 2025 com uma alta em torno de 6%. Já André Braz, economista do Ibre-FGV, estima que esse grupo deve ter uma inflação entre 7% e 6,5%, ou menor. Braz pontua que as famílias de baixa renda não devem sentir tão forte a desaceleração da inflação de alimentos, já que os preços desses itens vêm subindo há alguns anos acima da inflação média do Brasil. “De janeiro de 2020 a dezembro de 2024, a alimentação subiu 55%, e o IPCA (o índice geral), 33%. Se os salários são corrigidos pelo IPCA, ou por algo em torno do IPCA, isso é péssimo para famílias de baixa renda que consomem, basicamente, toda a renda na compra de alimentos”, diz Braz. Safra recorde e óleo de soja Do ponto de vista da produção de alimentos, o que mais tende a contribuir com o recuo de preços para o consumidor é a expectativa de um aumento de 8,2% na safra de grãos em relação à temporada passada. O destaque deverá ser a produção de soja, que deve atingir 166,3 milhões de toneladas em 2025/26 — 18,6 milhões a mais do que na safra de 2023/24, quando houve a “quebra” (quando a produção fica abaixo do período anterior). Isso deve impactar diretamente os preços do óleo de soja, que subiram constantemente em 2024. Nos 12 meses encerrados em janeiro de 2025, o óleo ainda acumula alta de 24,5%. Mas, na comparação com dezembro de 2024, o produto já começou a baratear, ao cair 0,87%. Previsão de recorde na safra de grãos pode ajudar a baixar o preço dos alimentos? Cesar Castro Alves, gerente da Consultoria Agro no Itaú BBA, avalia que o aumento da safra da soja é resultado de uma recuperação das lavouras após perdas geradas pelo calor e pela seca em 2023. Há ainda a expectativa da boa safra também na Argentina, outro grande produtor do grão. Com isso, 2025 deve ter uma boa oferta mundial de soja, o que ajuda a baixar o preço do produto, que é definido no mercado internacional. Carnes Mendonça de Barros lembra que a boa safra de soja e de milho também deve reduzir o custo da criação de animais, uma vez que esses grãos viram ração para bois, vacas, frangos e suínos. Esse fator pode aliviar o preço das carnes nos supermercados. Em janeiro, por exemplo, a inflação das carnes desacelerou, ao registrar uma alta de 0,36% em relação a dezembro de 2024, quando o item subiu 5,26%. Contudo, em 12 meses até janeiro, a categoria acumula alta de 21,17%. Além disso, a demanda externa está aquecida, o que tem impulsionado as vendas do Brasil, o maior exportador de carne bovina do mundo. O aumento das vendas externas acaba reduzindo a quantidade de carne disponível no país, estimulando uma alta do preço para o brasileiro. Leite longa vida O leite longa vida, por sua vez, vem dando tréguas ao consumidor desde novembro de 2024, após meses de alta. Em janeiro de 2025, o produto ficou 1,53% mais barato nas gôndolas dos supermercados, apontou o IPCA. Segundo Alves, do Itaú, as chuvas no final de 2024 proporcionaram um bom pasto para a alimentação do rebanho leiteiro, o que ajudou na produtividade. Outro fator favorável é que, tradicionalmente, o consumo de leite cai em janeiro, estabilizando a oferta. Café Existem três principais motivos para os recordes de preço: ☕calor e seca: no ano passado, o clima gerou um estresse na planta, que, para sobreviver, teve que abortar os frutos, ou seja, impedir o seu desenvolvimento. Mas problemas, como geadas e ondas de calor, vêm acontecendo há 4 anos. No período, a indústria teve um aumento de custos de 224% com matéria-prima e, para os consumidores, o café ficou 110% mais caro. Saiba mais aqui. ☕maior custo de logística: as guerras no Oriente Médio encareceram o embarque do café nas vendas internacionais, elevando também o preço dos contêineres, principal meio para a exportação. ☕aumento do consumo: o café é a segunda bebida mais consumida no Brasil e no mundo, atrás apenas da água. Os produtores brasileiros têm aberto espaço em novos mercados internacionais, o que influencia na oferta da bebida internamente. Laranja “A demanda está acima da oferta, mesmo com preços altos. Não existe disponibilidade para atender toda a demanda de suco no mundo”, avalia Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBr, sobre o preço alto da laranja. De toda a produção industrial em ampla escala de laranja, estima-se que 80% vira suco para exportação. Greening impede desenvolvimento normal e afeta sabor das laranjas, que caem precocemente e não podem ser comercializadas. Plantas doentes precisam ser erradicadas — Foto: Fudecitrus Em janeiro, o IPCA mostrou que os sucos de frutas (não é feita uma discriminação por sabor) ficaram 0,48% mais caros. Já o preço da laranja pera, a mais popular, caiu 0,64% no mesmo período. A baía foi a que mais encareceu: 2,75%. A alta da laranja lima foi de 1,20%. 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