No mês passado, foram produzidas 243,4 mil unidades, ante 247 mil em agosto. Na comparação com setembro de 2024, houve um aumento de 5,8%. A explicação está na paralisação do setor durante as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024. No acumulado do ano, a produção totalizou 1,98 milhão de veículos, um crescimento de 6% em relação aos nove primeiros meses de 2024 (1,87 milhão de unidades). Os índices só não foram maiores por conta da queda de produção e emplacamentos no segmento de caminhões, como explicou o presidente da Anfavea, Igor Calvet. “Atingimos, apesar disso, uma produção de 2 milhões de unidades nessa semana de veículos produzidos no Brasil. Essa marca, costumeiramente, só era atingida na segunda quinzena de outubro”, disse Calvet. De acordo com o presidente da Anfavea, “a manutenção da taxa selic em 15% restringe muito as operações do setor”. Além disso, o fim do acordo comercial entre Brasil e Colômbia que, segundo o executivo, era terceiro maior destino das exportações de carros brasileiros. “Nosso acordo com a Colômbia previa uma cota de 50 mil veículos exportados. Nó´s já exportamos cerca de 38 mil no acumulado deste ano, ainda sobrando cerca de 11 mil veículos da cota remanescente dos dois primeiros anos do acordo, que poderão ser usadas — na visão brasileira — até o final de 2026. Há ainda uma discussão jurídica, sobretudo por parte dos colombianos, que a cota deve ser usada até o final deste ano.” Assim, as exportações para a Colômbia continuam sem definição. Segundo Calvet, mercados como EUA, China e Coreia do Sul detêm acordos de livre comércio com a Colômbia e o Brasil, não. “Seremos um parceiro menos preferencial à Colômbia do que outros mercados. Não conseguimos ainda avaliar qual será a nossa competitividade naquele mercado”. Queda na produção dos veículos pesados têm segurado o desempenho da indústria — Foto: Anfavea Veículos leves No segmento de veículos leves, que inclui os automóveis de passeio, o mês de setembro também apresentou retração na comparação com agosto. A produção caiu 5,7%, o que representa cerca de 11 mil unidades a menos em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, no entanto, o cenário é mais favorável: de 1.397,8 mil unidades em 2024 para 1.494,2 mil em 2025, crescimento de 6,9%. Comerciais leves As picapes com até 3,5 mil kg de peso bruto total — como Fiat Strada e Ford Ranger — também apresentaram aumento na produção no período. Entre janeiro e setembro de 2025, foram produzidas 369,8 mil unidades desse tipo de veículo, contra 352,6 mil no mesmo intervalo de 2024, alta de 4,9%. Em setembro deste ano, foram fabricadas 47,3 mil unidades desse segmento, aproximadamente 7,2 mil a mais do que em setembro de 2024. A alta é de 18,1%. Importação e veículos eletrificados Segundo Igor Calvet, a entidade demonstra preocupação com o aumento das importações, que cresceram 10,8% no acumulado do ano, na totalidade entre automóveis e comerciais leves. Entre janeiro e setembro de 2025, foram emplacados 351 mil veículos importados, frente a 316 mil no mesmo período de 2024. Por outro lado, o consumidor brasileiro tem demonstrado preferência crescente por veículos eletrificados. Segundo dados da Anfavea, os maiores volumes de emplacamentos ocorreram nos segmentos de híbridos e híbridos plug-in. Confira os números, entre setembro de 2024 e de 2025: Elétricos: de 4.710 para 8.195 unidades;Híbridos: de 3.847 para 11.564 unidades;Híbridos plug-in: de 4.783 para 7.386 unidades. Esse crescimento pode estar ligado à aceleração das importações por montadoras como BYD e GWM, diante da expectativa de aumento iminente nas tarifas de importação. Veja quais são os países que mais exportaram carros para o Brasil no acumulado do ano: Argentina: 150.252 unidades (-1,3% na comparação com 2024);China: 123.482 unidades (+51,2% na comparação com 2024);México: 23.365 unidades (-30,2% na comparação com 2024);Alemanha: 19.159 unidades (+5,8% na comparação com 2024);Uruguai: 11.883 unidades (-0,5% na comparação com 2024);Tailândia: 5.172 unidades (+0,6% na comparação com 2024). Exportação E o cenário para as exportações está abaixo do registrado no mês passado. Na comparação entre setembro e agosto deste ano, houve queda de 8%. No entanto, o desempenho é ainda mais positivo no longo prazo. Em relação a setembro de 2024, as exportações cresceram 26,2%. No nono mês de 2025, o Brasil exportou 52,5 veículos, contra 41,6 unidades no mesmo período do ano anterior. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o aumento nas exportações foi de 51,6%. Veja os países que mais recebem os carros brasileiros no acumulado do ano. Argentina: 252.527 unidades (+130,6% na comparação com 2024);México: 58.001 unidades (-16,8% na comparação com 2024);Colômbia: 38.472 unidades (+ 55,2% na comparação com 2024);Uruguai: 25.334 unidades (-4,5% na comparação com 2024);Chile: 20.702 unidades (+40,6% na comparação com 2024). Yamaha Ténéré 700 está de volta por R$ 72.990 e promete acirrar disputa entre as trail
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