O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou que as tarifas anunciadas pelo governo americano entrarão em vigor a partir de 1º de agosto, sem possibilidade de adiamento. A declaração foi feita durante entrevista à emissora norte-americana Fox News e divulgada neste domingo (27) pelo perfil oficial da Casa Branca na rede social X. “Sem prorrogações, sem mais períodos de carência — em 1º de agosto, as tarifas serão definidas. Elas entrarão em vigor. A Alfândega começará a arrecadar o dinheiro”, disse Lutnick. Apesar do tom firme, o secretário indicou que os países ainda poderão negociar diretamente com o presidente Donald Trump mesmo após a entrada em vigor das novas alíquotas. “As pessoas ainda poderão falar com o presidente Trump. Ele está sempre disposto a ouvir. Se elas poderão fazê-lo feliz ou não é outra questão… Mas ele está sempre disposto a negociar”, afirmou. “No extensions, no more grace periods — August 1st, the tariffs are set. They’ll go into place. Customs will start collecting the money,” says Secretary @howardlutnick.”The President’s definitely willing to negotiate and talk to the big economies.” pic.twitter.com/e0UnzoZr9N — Rapid Response 47 (@RapidResponse47) July 27, 2025 Ao ser questionado sobre um possível acordo com a União Europeia, Lutnick disse que o bloco precisa abrir seus mercados para produtos norte-americanos caso queira evitar a tarifa de 30% que foi definida. Segundo ele, essa abertura comercial seria uma forma de convencer o presidente dos EUA a recuar da medida. No último dia 23, o presidente Donald Trump justificou a aplicação de tarifas de até 50% a produtos de determinados países alegando que os EUA mantêm relações comerciais desfavoráveis com essas nações. Apesar de não citar diretamente o Brasil em seu pronunciamento, o país aparece na lista de afetados com a maior tarifa entre todos: 50%. Casa Branca avalia que Brasil não se engajou para reduzir tarifas A percepção é formada a uma semana do prazo programado para as sobretaxas entrarem em vigor, em 1º de agosto. O governo dos EUA prepara um decreto para instituir a medida. Folhapress | 07:45 – 26/07/2025 O anúncio oficial da taxação sobre produtos brasileiros foi feito em 9 de julho, por meio de uma carta enviada por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na mensagem, o presidente americano alegou que a decisão se deu “em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”. Trump mencionou decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que a Corte brasileira teria emitido “centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos EUA”, ameaçando-as com multas elevadas e expulsão do país. O presidente dos Estados Unidos também citou o ex-presidente Jair Bolsonaro, dizendo que ele é alvo de uma “caça às bruxas” no Brasil. Trump classificou a relação comercial com o país como “injusta” e disse que ela tem sido “longe de ser recíproca”. Entretanto, dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que, desde 2009, o Brasil tem registrado déficits comerciais com os Estados Unidos. Ao longo dos últimos 16 anos, as exportações americanas ao Brasil superaram as importações em US$ 88,61 bilhões (cerca de R$ 484 bilhões). O governo brasileiro avalia possíveis reações à decisão norte-americana e já tem se reunido com empresários para discutir o impacto da medida. Em declarações recentes, o presidente Lula criticou Trump, dizendo que o republicano “não foi eleito para ser o imperador do mundo”. Leia Também: Empresas brasileiras dão férias coletivas para reduzir impacto de tarifas
Secretário de Trump diz que tarifas entrarão em vigor ‘sem prorrogações’
Secretário de Trump diz que tarifas entrarão em vigor ‘sem prorrogações’