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Sem provas, Daniel Noboa questiona resultados eleitorais no Equador

por Luciana Caczan
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Durante uma entrevista transmitida pela Presidência do Equador, o presidente Daniel Noboa se referiu, nesta terça-feira (11), aos resultados das eleições de domingo, 9 de fevereiro. Sem apresentar provas, Noboa disse que, em sua opinião, houve supostas “irregularidades” nos resultados que encaminham o país a uma segunda volta eleitoral entre Noboa e a candidata do correísmo, Luisa González.“Houve muitas irregularidades. Continuávamos contando, continuávamos revisando em certas províncias e havia coisas que não batiam. Inclusive, não batiam com a contagem rápida da OEA, que nos colocava com um número maior”, declarou Noboa, sem apresentar evidências ou detalhes de suas alegações.A CNN consultou a Presidência da República para saber se Noboa apresentará provas e detalhes sobre as supostas irregularidades que expôs durante a entrevista desta terça-feira e aguarda uma resposta.A Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) respondeu por meio de um comunicado, informando que os dados da contagem rápida do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) coincidem com os dados obtidos através da contagem rápida realizada de forma independente pela missão e que “se mantém dentro da margem de erro”.“Os resultados refletem que haverá segundo turno (…) A Missão, até o momento, não identificou nem recebeu indícios de irregularidades generalizadas que possam alterar os resultados da eleição. Ao mesmo tempo, convida para que qualquer denúncia seja apresentada às autoridades competentes”, enfatizou a missão da OEA.Por sua vez, a Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (UE), durante a apresentação de seu relatório preliminar eleitoral em Quito, se manifestou sobre alegações de Noboa, descartando a possibilidade de que tenha ocorrido fraude no processo.“Não temos um único elemento objetivo que indique que houve qualquer tipo de fraude”, afirmou Gabriel Mato, chefe da missão da União Europeia.Mato qualificou as eleições como “transparentes, bem organizadas e pacíficas, com desafios pendentes e um segundo turno no horizonte”.“O CNE organizou as eleições de maneira transparente e eficiente, embora a confiança nas autoridades eleitorais tenha permanecido muito baixa (…) Apesar disso, os preparativos eleitorais ocorreram sem contratempos e de acordo com o calendário eleitoral”, especificou o organismo em seu relatório preliminar.A missão também se pronunciou sobre a contagem dos votos. “A apuração foi considerada transparente e confiável, embora pudesse ter se beneficiado de maior capacitação. Apenas seis horas após o fechamento, o CNE já havia processado e publicado as atas de resultados presidenciais em 75% das mesas receptoras de votos, garantindo também a transparência e rastreabilidade de sua transmissão”, detalhou a missão da União Europeia.Por meio de um comunicado, o Conselho Nacional Eleitoral acolheu o que foi exposto pela missão da UE e insistiu que garante a transparência do processo.“O CNE reafirma seu compromisso com a democracia equatoriana e com a garantia de eleições justas e transparentes. A instituição continuará trabalhando na consolidação de processos eleitorais modernos, confiáveis e inclusivos, fortalecendo a confiança da cidadania e da comunidade internacional no sistema eleitoral do país”, afirmou.Durante a campanha, o presidente e seus simpatizantes promoveram mensagens e propaganda sobre uma possível vitória de Daniel Noboa no primeiro turno, algo que após as eleições não foi possível, pois nem ele nem a principal candidata opositora, Luisa González, alcançaram os votos necessários.No início da tarde desta terça-feira e com 97% das atas processadas, o CNE mantém uma margem apertada entre os dois candidatos que irão ao segundo turno no dia 13 de abril: Noboa, com 44,17%, e González, com 43,94% dos votos.

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